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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto



Sexta-feira, 27.04.07

Nomes que perduram: MG

Garagens Morris

Os desejados roadster desportivos no princípio dos anos 70. Mas a gama incluia já algumas versões da Austin



A MG NASCEU do mesmo modo que tantas outras marcas, recorrendo à plataforma e elementos mecânicos de outro construtor. Cecil Kimber, apontado como o seu criador, alto responsável das «Morris Garages» - uma distribuidora dos carros da marca Morris em Oxford, Inglaterra -, e grande entusiasta de modelos desportivos, acreditou na existência de um mercado para este segmento. Cecil começou por modificar os modelos da marca inglesa, aumentando-lhes a potência dos motores, rebaixando-lhes a suspensão e montando-lhes carroçarias de aspecto e eficácia mais desportiva.


COM CHASSIS MORRIS, a comercialização dos primeiros modelos, principiou em 1924. Tratava-se do 14/28, um desportivo de quatro lugares que não enjeitava uma utilização do dia-a-dia e que, com poucas transformações, podia participar condignamente em provas de velocidade e resistência que então proliferavam na Europa. Essa foi sempre uma característica dos modelos!
Entre as sucessivas mudanças para instalações mais amplas, motivadas pelo sucesso que a marca do octógono ia conhecendo, o final da década de 20 vê nascer um dos mais emblemáticos carros da marca: o Midget.

TRATA-SE de um pequeno desportivo de dois lugares baseado no Morris Minor e no seu pequeno motor de 847 cc. Este carro foi não só responsável por várias vitórias na sua categoria, como o percursor de outras séries de idêntico sucesso que, inclusive, quebraram vários recordes de velocidade, graças a soluções mecânicas bastante desenvolvidas para a época. Outro sucesso foi o MG K type Magnette, cujo motor de seis cilindros tinha apenas 1,1 l de capacidade. Mas o seu baixo peso, a par de uma suspensão terrivelmente eficaz e de soluções mecânicas que permitiam, por exemplo, aos seus pilotos, «negociar» curvas com maior rapidez e segurança, fizeram este desportivo acumular uma série de troféus na respectiva categoria e bater-se com modelos bem mais potentes do que os ágeis carros ingleses.

A DEPENDÊNCIA à Morris e o controlo desta sobre a MG foi-se acentuando ao longo dos anos e, tal como a maioria das fábricas inglesas, as da MG foram reconvertidas para a produção de armamento durante a 2.ª Guerra Mundial.
O pós-guerra vê surgir outro modelo emblemático, o MG TC. Cecil Kimber já tinha sido demitido, vindo a falecer de acidente em 1945.
O TC foi o primeiro carro da marca a ser exportado em larga escala, inclusive para o difícil mercado norte americano - que acabaria por se tornar um dos mais importantes para o construtor -, dispondo de um motor de 1250 cc e suspensão dianteira independente desenhada por um jovem chamado Alec Issigonis, que mais tarde viria a ser o pai do Mini.


Baseado na berlina Rover 75, o MG ZT XPower 385 pretendia
concorrer com o mais desportivas marcas europeias.
A designação 385 deve-a à potência declarada...


JÁ A MG fazia parte do grupo BMC, que reunia, entre outras, as marcas Morris e Austin, para referir apenas as mais conhecidas, quando, em 1955, surge outra série de modelos de sucesso. Sempre pequenos, sempre desportivos e sempre apaixonantes, o MGA e sequentes MGB, projectaram definitivamente o nome da MG, no universo das marcas desportivas. Sete anos de produção e mais de 100 mil unidades produzidas, confirmam o sucesso do MGA, já com a MG como responsável pelas versões desportivas da BMC e, simultaneamente, construtora de outra marca do grupo inglês, a Riley.
A década de 60 e principio dos anos 70, popularizou os MG como pequenos desportivos simples mas robustos, acessíveis no preço e surpreendentes nas prestações alcançadas.

A CRISE DO PETRÓLEO e a necessidade de pára-choques em material sintético, obrigatórios pelas rígidas regras de segurança norte-americanas, que descaracterizaram irremediavelmente o MGB, o principal motor da marca, levaram-na a uma lenta agonia, acabando por ser preterida dentro do grupo BMC em favor da Triumph. Durante alguns anos condenada a dar apenas nome a versões desportivas de modelos da Austin, como o Metro, o Maestro, e o Montego, sem o brilho de outrora, tem o primeiro sinal do seu regresso em 1992, com uma produção limitada de 2000 mil exemplares de uma versão baseada nas linhas do ultimo MGB, equipado com o motor Rover V8 de 3,9 l, proveniente do Range-Rover. Já então se desenvolvia o MGF apresentado três anos depois no Salão de Genebra.


O belíssimo TF, o último a encarnar algum do espirito da marca


OS ÚLTIMOS ANOS de comercialização da marca foram já de alguma agonia, e, como nos anos 80, produzindo versões desportivas dos modelos Rover, os MG ZR, ZS e ZT.
Dos últimos comercializados, o que melhor manteve os pergaminhos desta lendária marca de modelos desportivos, foi justamente o TF, evolução do MGF, um descapotável de dois lugares e motor central.
Na comemoração dos 80 anos na marca, chegou ainda a ser apresentado o MG GT CONCEPT, um belíssimo coupé baseado na série TF, de linhas sensuais, elegantes e que apelavam à expressão contemporânea do famoso MGB GT da década de 60.
Outros protótipos se lhe seguiram, entre eles o X80 e o ainda mais imponente X Power SV baseado no anterior. Este recorria a um motor V8 de origem Ford e debitava qualquer coisa como 313 cv, mas existiria a hipótese de um seis litros com 765 cv!
Com a falência da marca Rover, o nome MG desapareceria do circuito comercial, mantendo-se no entanto vivo no coração de muitos entusiastas de modelos clássicos. E nas garagens dos mais afortunados.
E, quem sabe, se um destes dias não retornará? Made in China!...

O MG X Power SV poderia ter vindo a ser o modelo da marca comercializado mais potente de sempre: 765 cv!

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