CONCEBIDO na Europa e a pensar sobretudo neste mercado, o Qashqai encaixa-se no segmento dos SUV mas tem um posicionamento que permite-lhe concorrer directamente no segmento dos familiares médios. Motores a partir de 1.5 (a gasóleo) e 1.6 (a gasolina) garantem preços concorrenciais, uma estrutura compacta (cerca de 4,3 metros de comprimento) gera facilmente empatia com quem o conduz, a habitabilidade e o conforto de um familiar com a modularidade de uma carrinha, são motivos bastantes para o tornar opção numa faixa de mercado mais abrangente.
HÁ MAIS. O «
mais» é a habitual qualidade dos produtos da marca japonesa, cada dia mais europeia por via da sua ligação à francesa Renault. Rigor nos acabamentos, boa escolha de materiais face ao segmento a que se dirige — o tablier não têm uma aparência demasiado «plástica» — e uma distribuição dos comandos, simples, intuitiva e, por isso, eficaz.
Devendo o nome a uma tribo nómada do deserto iraniano, o interior do
Qashqai é, contudo, moderno, nada simplista, conjugando os tons sóbrios e a volúpia das formas arredondadas do painel de bordo, com o revestimento mais alegre e desportivo dos bancos. Apenas os comandos de climatização surgem numa posição algo baixa e desejar-se-ia também mais um ou outro pequeno espaço no painel de bordo, embora tanto o porta luvas, como as cavas no forro interior das portas, sejam de generosas dimensões.
UMA DAS RAZÕES que contribui para o carácter prático da condução deste SUV, é o facto de ser ligeiramente menor do que os seus pares. Isso não lhe retira habitabilidade, com os cerca de 400 litros de capacidade da mala a bastarem para as necessidades.
A altura beneficia o condutor em termos de visibilidade e facilita as manobras. Ainda assim, os sensores de estacionamento traseiro, revelam-se uma preciosa ajuda no estacionamento.
Complementa-se com uma direcção eléctrica bem assistida e um volante com boa pega — concentrando nele as principais funções do rádio e do cruise control —, mas estranho a colocação do botão que controla o computador de bordo e que se revela pouco prático.
O AR DESPORTIVO da secção dianteira, foi estudado para permitir ao
Qashqai um excelente desempenho aerodinâmico. O que foi plenamente conseguido, pois praticamente não se notam os efeitos de ventos contrários. Em curva, o comportamento da suspensão, controlada pelas usuais ajudas electrónicas, compensam o natural efeito adornante do conjunto devido à sua altura. Surpreendente continua a ser a atitude deste motor diesel de apenas 1,5 l, que correctamente acoplado a uma caixa de seis velocidades, proporciona um andamento lesto em cidade graças a três relações iniciais mais curtas.
Sem impor um constante recurso ao manípulo da caixa de seis velocidades, em estrada, o andamento é igualmente vivo. O que mais se destaca, no entanto, a par do pouco ruído e das quase inexistentes vibrações, são os consumos médios abaixo dos 6 litros.
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PREÇO, desde 24 000 euros MOTOR,1461 cc, 106 cv às 4000 r.p.m., common rail, turbo de geometria variável, 240 Nm às 2000 rpm PRESTAÇÕES, 174 km/h CONSUMOS, 6,2/5,0/5,4 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 145 g/km de CO2
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A CARROÇARIA é única de 5 portas, mas a tracção pode ser a duas rodas ou integral. Os níveis de equipamento são três —
Vísia,
Acenta e
Tekna —, sendo que o primeiro inclui para além do equipamento de segurança (6
airbags,
ABS e controlo de estabilidade nalguns casos), ar condicionado, vidros e retrovisores eléctricos, rádio/CD, computador de bordo e banco do condutor ajustável em altura, entre outros.
O nível intermédio e provavelmente o mais procurado, para além do reforço do equipamento, permite já, opcionalmente, a instalação de um fabuloso tecto panorâmico em vidro ou interiores em laranja, que definitivamente contribuem para um habitáculo mais radical.
Há ainda que realçar o facto do
Qashqai ter quase alcançado a nota máxima nos testes de colisão
EuroNcap, sendo considerado um dos mais seguros da classe.
