Renovada no início deste ano, a gama Civic em Portugal articula-se em torno de três motorizações: um acessível 1.4i e um mais desportivo 1.8i, ambos a gasolina, e um exclusivo, económico e dinâmico 2.2 a gasóleo. A estes se deverá juntar, em finais de 2012, a desejada versão 1.6 i-DTEC, um diesel com 120 cv (ver AQUI). Com ele, o construtor disporá, finalmente, de um motor com uma cilindrada ao nível da concorrência deste segmento. Vamos então conhecer, com maior pormenor, os três modelos actualmente existentes. A carroçaria de cinco portas é a mesma que serve de base ao modelo de competição com que o português Tiago Monteiro defende as cores da marca japonesa no WTCC.Na gíria desportiva costuma dizer-se que “em equipa que ganha não se mexe”. Foi o que a Honda aparentemente fez, aprimorando e actualizando alguns aspectos que conferem ao Civic maior eficácia e atitude. Parecem pormenores mas acabam por fazer a diferença entre o bom e o óptimo, ou não fosse a maioria de estas alterações a resposta aos desejos de alguns proprietários da anterior geração que foram consultados. A renovação do Civic não afectou a silhueta, que se mantém inconfundível e com um perfil vincadamente em cunha. Extremamente aerodinâmico, isso resulta numa imagem com forte apelo desportivo.
Foi muito no sentido de reforçar estas características que a marca japonesa o actualizou, visando ainda diminuir consumos e emissões de forma a cumprir actuais e futuras normas europeias.
A versão europeia do Civic dispõe, para já, unicamente de uma carroçaria de 5 portas. A exemplo da versão anterior, em breve deverá surgir uma de três (eventualmente com um “Type R”), sendo muito pouco provável o aparecimento de uma carrinha.
Mercados fora da Europa possuem uma carroçaria sedan de quatro portas, difícil de ser comparada com o modelo europeu. Existe, inclusive, uma versão híbrida IMA com mecânica semelhante à do CR-Z.
Limpa-vidros na traseira
Maiores pormenores sobre as alterações efectuadas na carroçaria podem ser encontrados no TEXTO DEAPRESENTAÇÃO do novo Civic. Exteriormente, a par de uma frente mais moderna e expressiva (inevitavelmente com o surgimento da iluminação Led), aquilo que mais se evidencia é a nova atitude da secção traseira. De facto, se lateralmente não são de imediato perceptíveis as diferenças (na realidade, a maior, é talvez o ligeiro rebaixamento da carroçaria), as alterações efectuadas na secção traseira vieram melhorar a visibilidade em manobra, resolvendo ainda uma das queixas habituais dos condutores da versão anterior: a ausência de limpa-vidros.
A nova colocação do spoiler e das luzes da retaguarda, ao libertar espaço na zona inferior do vidro, permite uma visão mais ampla na direcção traseira. Algo que pode ainda ser incrementado com a colocação de uma câmara de auxílio ao estacionamento.
Novidade é também o tejadilho panorâmico em vidro, capaz de incrementar a altura interior em alguns centímetros.
Habitáculo iluminado
O interior não alterou em termos de espaço. A mala ganhou uns litros, mas só com o espaço deixado livre pela roda suplente, substituída por um kit anti-furo. A bagageira do Civic conserva na realidade cerca de 400 litros de capacidade (o que já é bom para um familiar deste segmento), acrescentando mais 77 litros com um fundo duplo que possui cobertura rígida.
O espaço traseiro do Civic conserva também a modularidade extra dos respectivos bancos, uma particularidade de alguns modelos da Honda que possibilita transportar cargas maiores nesta zona do habitáculo.
Contudo, registaram-se profundas alterações no interior da geração deste ano. Nomeadamente no painel de bordo, que ganhou novo equipamento e uma funcionalidade acrescida. Igualmente maior apelo desportivo na forma e na iluminação dos instrumentos, sendo que, desde a posição de condução ao tacto do volante ou ao acréscimo de qualidade dos revestimentos, a evolução é bastante notória.
Vamos a alguns detalhes, apesar de mais pormenores existentes no texto da apresentação que se encontra AQUI.
Equipamento vs funcionalidade
As alterações mais substanciais e importantes concentram-se ao nível do painel de instrumentos e ao longo da consola central, proporcionando uma configuração mais desportiva e funcional.Um enorme conta-rotações em primeiro plano e a cor da sua iluminação ajudam o condutor a manter uma condução económica. Dependendo dos ajustes da posição do banco e da coluna da direcção, o velocímetro digital, colocado em plano superior, pode por vezes ficar escondido atrás do volante que possui um aro mais grosso e agradável à mão.
Com este novo tablier surgiu, à direita, um pequeno painel informativo que congrega diversas informações relacionadas com a condução e com o sistema áudio. Esta zona de informação é designada pela Honda como “i-MID”, ecrã inteligente multi-informações. Para ter mais indicações sobre as informações apresentadas consultar AQUI.Ao alterar toda a consola central, surgiu no Civic espaço para um painel de navegação que congrega ainda o sistema áudio. O sistema de climatização passou também a ser comandado a partir desta área, alterando-se a forma das saídas de ventilação. O comando do travão de mão foi colocado mais à direita, gerando menos conflito com o manípulo da caixa de velocidades.
A Honda reivindica ainda novos materiais, embora essa alteração não pareça tão evidente. De facto, ao contrário de alguns modelos da categoria, no Civic não existem coberturas macias do tablier, apesar do toque suave dos plásticos ou da aparente solidez e qualidade das coberturas. Nesse campo a marca japonesa tem provas dadas.
A nova colocação de alguns comandos fez passar o botão de "start" para o lado direito do volante, uma posição bem mais consensual do que a anterior.
ENSAIO: Honda Civic 1.4i com 100 cv
Esta é, naturalmente, a versão mais acessível e vendida no mercado português. Equipada com a evolução do conhecido motor 1.4 de 100 cv, com caixa manual de seis velocidades, viu homologados novos consumos e emissões.
Na essência não se alterou muito do que já era conhecido, continuando válido o essencial da análise efectuada à versão anterior (ver AQUI o ensaio à versão Type S de 3 portas). Falta alento a este motor antes das 3500/4000 rpm. Sobretudo quando a lotação vai além dos dois ocupantes. Isso obriga o condutor a esticar as mudanças e a deixar de lado qualquer intenção de conseguir bons consumos, até porque as duas últimas velocidades são claramente estradistas.
Esta versão, tal como as restantes, possui sistema start/stop bastante rápido a responder e um modo "Eco" (seleccionável através de um botão verde colocado à esquerda) destinados a ajuda a economizar, ao controlarem também o funcionamento da climatização durante as paragens e tornando as acelerações menos bruscas e menos “gulosas” em combustível.
Experimentado com este modo activado ou com ele desactivado, numa condução normal e despreocupada não se verificaram alterações substanciais de consumo. A média do final do ensaio rondou os 7 litros, a maioria do trajecto feito com um andamento bastante familiar.
Ao condutor é permitido acompanhar e controlar as evoluções do consumo através da iluminação do conta-rotações ou das informações reveladas pelo painel i-MID.
No geral mostra-se um carro bastante agradável de utilizar quando não obrigado a suportar demasiada carga ou num dia-a-dia descontraído. Com boa insonorização, a versão ensaiada beneficiava do comportamento e do equipamento da versão Sport. O - chamemos-lhe assim - “Type S”, além das alterações que todas as versões do renovado Civic conheceram ao nível da suspensão, possui jantes e pneus mais largos de 17 polegadas. Isto ajuda a melhorar a aderência à estrada, logo, também, a estabilidade e o seu desempenho em curva. Dados mais importantes |
Preços desde | 20.000 euros |
Motores | 1339 cc, 100 cv/6000 rpm, 127 Nm às 4800 rpm, 16 V., injecção electrónica multi-ponto |
Prestações | 187 km/h, 14 seg.(0/100 km/h) |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 5,5 / 4,8 / 6,7 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 128 a 131 gr/km |
ENSAIO: Honda Civic 1.8i com 147 cv
Outra versão a gasolina presente no mercado português é esta, que, em alguns mercados, constitui a base da gama Civic. Declina-se em duas versões de equipamento: “Sport” e “Executive”. A primeira das quais apenas cerca de 3500 euros mais cara do que a correspondente motorização 1.4.É meritório esse esforço do importador, até porque o nível de equipamento Executive já ronda os 30 mil euros. Confira preços actualizados a partir de AQUI. Esta motorização é a única a poder dispor de caixa de velocidades automática. Tal como as restantes, possui de série caixa manual de seis velocidades.
Com 147 cv e um binário de 174 Nm tem, naturalmente, um comportamento bastante mais “redondo” do que a anterior. É sobretudo a ausência de esforço que mais se nota, com as relações da caixa a permitirem maior tranquilidade e elasticidade em estrada, durante as recuperações ou acelerações. A seu favor conta também com o peso, menos de 1300 Kg em vazio.
Por isso, em estilos de condução idênticos, os consumos também se equiparam. Em determinadas circunstâncias podem até dar vantagem ao motor mais potente. O que não é de estranhar.
Apesar de existir uma maior capacidade de aceleração e recuperar de modo muito mais convicto, quem esperar uma atitude bastante agressiva ou uma postura vincadamente desportiva poderá sentir-se desiludido.
Dir-se-ia que estas sensações estão reservadas para a motorização que se segue. Dados mais importantes |
Preços desde | 24.700 euros |
Motores | 1798 cc, 142 cv às 6500 rpm, 174 Nm às 4300 rpm, 16 V., 1 árvore de cames, injecção electrónica multi-ponto |
Prestações | 215 km/h, 9,4 seg.(0/100 km/h) |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 6,1 / 5,2 / 7,6 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 145 gr/km |
ENSAIO: Honda Civic 2.2 i-DTEC com 150 cv
Este motor é o mesmo que serve, por exemplo, no Accord. Apresenta-se aqui na versão de 150 cv, tal como no Accord, apesar de este mesmo motor também existir com 180 cv. O Civic com o motor 2.2 a gasóleo concilia o melhor de dois aspectos – economia e prestações – aliando bons consumos a uma franca e voluntariosa capacidade para acelerar.
Características que lhe conferem um comportamento completamente distinto das restantes versões.Além de mais, as alterações efectuadas ao nível da suspensão permitem fazer correr livremente os 150 cv deste motor, sempre de uma forma segura e sem surpresas para o condutor. De facto, quer a maneira como se insere em curva, como a forma como se prontifica a recuperar ao sair delas e enfrentar estrada aberta, fazem do Civic 2.2 i-DTEC a versão mais desejada da gama.
Pelo menos enquanto não chega o prometido e ansiado (em termos de mercado e vendas) motor diesel 1.6 (conferir AQUI mais características sobre este motor). Sempre convicto a acelerar - mas nada brusco a fazê-lo -, um correcto escalonamento da caixa de seis velocidades permite-lhe manter consumos médios, reais, abaixo dos seis litros.
A versão Sport volta a ser a mais acessível, situando-se abaixo dos 29 mil euros. (Confira preços actualizados a partir de AQUI).São cerca de 4 mil euros a menos do que o nível de equipamento Executive e, mais do que em qualquer uma das restantes motorizações, o “S” vermelho estampado na traseira tem razão de existir.Dados mais importantes |
Preços desde | 21.301 euros (3 portas, 1.6 HDi Allure) |
Motores | 2199 cc, 150 cv/4000 rpm, 350 Nm às 2000 rpm, 16 V., common rail 1800 bar, turbo com geometria variável e intercooler |
Prestações | 217 km/h, 8,5 seg.(0/100 km/h) |
Consumos (médio/estrada/cidade) | 4,4 / 3,9 / 5,1 litros |
Emissões Poluentes (CO2) | 115 gr/km |
Procura automóvel novo, usado ou acessórios? Quer saber mais sobre este ou sobre outro veículo?