Poupar tem neste caso um duplo sentido: economia de dinheiro nos valores de aquisição e nos consumos; poupança do ambiente através da redução de emissões poluentes. Mas felizmente, ao contrário do que acontece com modelos de outras marcas com idênticas preocupações ambientais, a Mercedes manteve ou incrementou mesmo as características dinâmicas das versões.
É o caso deste C250 BlueEfficiency. Como motor, um novo 2,2 l que se distingue da versão “normal” por ter mais 34 cv e um binário impressionante de 500 Nm, ainda por cima disponível a partir das 1600 rpm. Ora como o binário é significativamente mais elevado em regimes mais baixos, em conjunto com uma caixa de seis velocidades muito bem desmultiplicada, isso permite-lhe uma condução económica em situações de condução diárias a baixas rotações.
Para que tal seja possível, a pressão do turbo duplo foi elevada até aos 2000 bar e optimizou-se o sistema de injecção de combustível, resultando daí também um trabalhar mais suave do motor, bastante evidente com o carro parado.
Empolgante
O resultado prático de tudo isto é no mínimo surpreendente: o conjunto revela cedo uma notável capacidade para acelerar, chegando a revelar-se impulsivo se a estrada e o piloto se proporcionarem a explorá-lo. Mostra não apenas garra como mantém pujança numa faixa bastante ampla de rotações, com respostas francamente rápidas a qualquer pressão sobre o pedal do acelerador.
Ainda que os propósitos da versão não sejam desportivos, na realidade tanto a estabilidade em recta como a segurança das suas reacções em curva não tiram o lustro aos pergaminhos da nobre marca da estrela.
A suspensão, embora pareça ter um curso mais curto, mantém um relativo conforto se as condições do piso não se degradarem demasiado, enquanto os pneus de menor atrito conservam as necessárias condições de aderência.
Resta dizer que este novo motor diesel de quatro cilindros, extraordinariamente leve e compacto, irá a seu tempo substituir quatro outros actualmente em comercialização. Podendo ser instalado longitudinal ou transversalmente em diversas gamas de modelos, com diferentes níveis de potência equipará, para além do Classe C, as classes E, GLK e o futuro E Coupé.
Estrela maior
Crescendo relativamente ao antecessor mas mantendo uma estrutura compacta muito mais desportiva, esta nova geração do Classe C é terrivelmente apelativa. Factor de identificação é sem dúvida o seu símbolo, que agora res(surge) em grande evidência. Mas para além de uma imponente estrela, este “BlueEfficiency” vem ainda dotado de uns retrovisores específicos com preocupações aerodinâmicas.
Os ganhos de peso foram obtidos em parte pela redução do material insonorizante, embora o facto deste motor ser à partida mais silencioso não tenha sacrificado o conforto a bordo. Conforto que passa mais pela excelência dos materiais e pela perfeição dos acabamentos, do que pelo espaço ou até mesmo pela funcionalidade.
Mas a Mercedes tem rejuvenescido sem descurar os valores que consolidaram a sua reputação, e a mais popular das suas berlinas é um exemplo feliz de como isso é possível.
A ergonomia mantém a disposição habitual dos comandos na marca alemã, pedal para travão “de mão” e botão para destravar, além dos dois manípulos à esquerda do volante; o superior para accionar o limitador de velocidade ou o “cruise control” que, até nos habituarmos, será confundido com as funções de pisca do inferior. Mas no geral, o posto de condução intimista, a boa pega do volante e a sensibilidade que transmite, geram facilmente empatia, existindo vários pequenos espaços à disposição que colmatam um porta-luvas não muito generoso.
O espaço traseiro não deslumbra, revelando-se extremamente confortável para dois ocupantes que beneficiem do apoio de braços central (escamoteável), enquanto que a boa amplitude da mala só é possível graças a um pneu suplente de pequenas dimensões.
PREÇO, desde 45500 euros MOTOR, 2143 cc, 204 cv às 4200 rpm, 500 Nm às 1600/1800 rpm, 16 válvulas, common rail, duplo turbo em linha, intercooler CONSUMOS, 7,1/4,2/5,2 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 138 g/km de CO2
Afinal o que justifica uma designação tão pomposa numa marca que prima por alguma classe e discrição? “BlueEfficiency” é o nome escolhido para diferenciar as versões com aerodinâmica melhorada, peso mais reduzido, pneus de menor atrito e outras soluções que visam obter benefícios nos consumos e consequentes emissões de CO2, sem beliscar, muito pelo contrário, as capacidades dinâmicas do veículo.
Nos instrumentos surge ainda um indicador que aconselha a mudança mais indicada para a ocasião, o que, em paralelo com as informações do consumo instantâneo, contribuem para uma condução mais poupada.
No caso da versão C 180 a gasolina chega a haver uma redução da cilindrada, de 1.796 cc para 1.597 cc, diminuindo as emissões de 181 gr de CO2 por quilómetro para 159 gr CO2/km sem modificação dos valores de potência (156 Cv) ou de binário (230 Nm). O que alterou foi o preço, inferior em cerca de 2000€ face à versão convencional do C 180 Kompressor, e os consumos, em média menos 0,9 litros por cada 100 km.