Olha! Mas que coisa mais linda…
O LANÇAMENTO da série especial
Oceanic, permitiu-me revisitar um dos modelos mais divertidos e originais da francesa
Citroën e também um dos mais multifacetados que actualmente podemos encontrar.
Para encerrar deste já o assunto, esta série especial distingue-se por um lote de equipamento específico, que inclui pára-choques, pegas das portas, frisos laterais, arcos e costas dos bancos da frente em tom cinza alumínio, tecto em preto,
puxador das portas forrado em cabedal com debruado, volante em cabedal, painel de bordo harmonia tramontane, manípulo da caixa de velocidades em translúcido azul, tapetes e estofos em tecido específicos, para além de aplicações exteriores que identificam esta versão, unicamente disponível nas cores azul ou cinza metalizado.
O C3 PLURIEL É… bem! Ele é, ora um pequeno familiar urbano com tecto de abrir em lona, um pequeno descapotável quando lhe são retirados os arcos laterais e até uma
pick-up de apenas dois lugares e muito espaço de carga, depois de recolhidos os bancos traseiros e aberto (ou não) o portão traseiro.
Claro que não há bela sem senão… ainda que a capota tenha previsto um espaço de recolha sob o piso da mala, os arcos laterais — que exigem algum trabalho de remoção —, têm que ficar em casa. Um conceito inovador e irreverente, que começou como exercício de estilo, mas que, devida ao bom acolhimento do público em salões internacionais, levou o grupo PSA a decidir-se pela sua produção.
A BASE É naturalmente o
C3 que tão boa aceitação continua a ter, mesmo já em fase final de carreira. Mas muito da sua estrutura é específica, ainda que partilhe a quase totalidade dos órgãos mecânicos, com naturais ajustes, mormente a nível da suspensão. Nomeadamente, o motor que ensaiámos nesta versão, uma muito económica e equilibrada unidade motriz 1.4 HDi com 70 cv, perfeitamente ajustada para as pretensões do modelo. Com um bom binário — mas que, sobretudo, «chega cedo» —, e uma caixa de velocidades bem escalonada, desembaraça-se de forma lesta em cidade e permite valores de aceleração e velocidade aceitáveis. Têm igualmente a vantagem de ser silenciosa e praticamente isenta de vibrações no seu funcionamento, o que é sempre uma mais valia quando falamos de um veículo com este tipo de estrutura.
UM DOS PORMENORES menos bem conseguido neste modelo diz respeito, estranhamente para uma viatura francesa, ao conforto. Pelas características aceita-se que a taragem da suspensão seja menos branda, devido a menor rigidez torcional. Compreende-se que não abone muito espaço traseiro — os dois ocupantes não encontrarão grande desafogo para as pernas —, mas já se estranha a compleição dos bancos dianteiros que estão longe de permitir que o corpo se encaixe de forma perfeita. Levanta-se o banco, baixa-se o banco, levanta-se o volante, baixa-se o volante, e a verdade é que após uma viagem mais prolongada, a fadiga lombar é evidente.
QUANTO AO INTERIOR, não difere muito do
C3. O mesmo estilo despretensioso mas funcional, com uma qualidade dos plásticos que se aceita no segmento e que, salvo alguns ruídos provenientes da chapeleira, aparentam, agora, maior robustez perante piso irregular. O jogo de cores, com predominância do azul, e as aplicações de cabedal favorecem e esbatessem a rigidez dos plásticos, alegrando um ambiente já de si luminoso. O funcionamento prático e eléctrico da capota, permite que se retire ou reponha em andamento, com várias posições intermédias, não sendo demasiados os ruídos aerodinâmicos que a mesma provoca em velocidades mais elevadas. O que não acontece quando esta se encontra recolhida, mesmo que a forte inclinação do pilar dianteiro tende contrabalançar essa tendência. A verdade é que o
Pluriel, como a maioria dos descapotáveis, é um carro para se desfrutar sem pressas…
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PREÇO, desde 23 452 euros MOTOR, 1398 cc, 70 cv às 4000 rpm, 160 Nm às 1750 rpm, 16 V, common rail PRESTAÇÕES, 158 km/h CONSUMOS, 5,7/4,2/4,7 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 125 g/km
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ALÉM DO EQUIPAMENTO específico e identificativo da versão
Oceanic, o
Pluriel oferece airbags frontais e laterais para condutor e passageiro,
ABS com ajuda a travagens de emergência e repartidor electrónico de travagem, vidros, retrovisores eléctricos e mecanismos de fecho/abertura da capota eléctricos, fecho centralizado com telecomando, faróis de nevoeiro e rádio/CD. Naturalmente que o tipo de carroçaria de três portas é única, mas esta versão conta ainda com uma variante a gasolina 1.4 a partir de cerca de 20500 euros.
Resultado do modelo nos testes de segurança EuroNcap (teste mais actualizado à data: 2003):
http://www.euroncap.com/content/safety_ratings/details.php?id1=1&id2=171