O QUE TORNA este carro tão apetecível? Caso fosse
Soraia Chaves a responder, provavelmente diria... «
Tudo!». Fico-me pelo «
quase tudo» apenas porque me apetece fazer-me difícil!
É que o que mais atrai no
SLK é a forma e a circunstância... como se despe! Embora o faça apenas da «parte de cima», leia-se, a capota. E fá-lo com elegância num espectáculo que dura pouco mais de 20 segundos. O tejadilho rígido recolhe à mala, sobre uma cobertura rígida que a separa do resto da carga e mantém a integridade da mesma. O processo é simples, sem fechos ou outras complicações: basta premir num botão. Quanto à mala, a capacidade até nem é má: atinge os 300 litros em versão
coupé, mesmo com uma roda suplente fina.
O POSTO de condução não traz nada de novo em termos de conceito; piloto e pendura vão encaixados em belas
backets quase de competição, numa posição realmente baixa e separados por um túnel central que leva a transmissão às rodas traseiras. No entanto, mesmo com a capota sobre as cabeças não está presente a sensação de claustrofobia. O
SLK é relativamente comprido e o tablier avança bastante dentro do
cockpit.
Quanto a pequenos espaços, há bom aproveitamento dos locais possíveis: túnel central, consola e até ao centro, atrás dos bancos. A visibilidade não é má e para as manobras traseiras pode contar-se com sensores de estacionamento ou, por mais quase mil euros equipá-lo com o sistema
Parktronic que, mediante sensores de radar, analisa o espaço de estacionamento e ajuda o condutor a manobrar com a máxima precisão.
EM VIAGEM, com o tejadilho recolhido, a deslocação do vento não «massacra» os ocupantes, nem evidencia excessivamente os ruídos de rolamento. Com os vidros fechados a sensação acentua-se, protegendo convenientemente os ocupantes. Com a capota colocada acontece o mesmo, e isso deve-se às formas — dianteira e traseira —, que fazem fluir os ventos contrários com eficácia. Um pequeno pára-vento em tela, junto ao encostos de cabeça também contribui. Caso deseje conduzir com os cabelos ao vento, mesmo quando o tempo não o aconselha, existe sempre a possibilidade de aquecer os bancos (500 €), incluindo na zona do pescoço (
Airscarf: 636€).
DE UM CARRO
como o
Mercedes SLK esperam-se duas coisas: que seduza distinguindo-se dos demais e que proporcione um grande prazer na sua condução.
Ora o primeiro factor é inquestionável; difícil é passar despercebido ou não nos apaixonarmos desde logo pelas suas formas. Quanto ao segundo, garante-nos um comportamento que, mesmo nesta versão mais acessível e menos potente, patenteia uma agilidade e desenvoltura invejáveis. Torna-se fácil antecipar-lhe as reacções e mantê-lo «na linha» durante a abordagem de percursos sinuosos, graças a um chassis muito equilibrado e reactivo.
Não se pode falar em conforto face às jantes e ao perfil de pneu que o equipa, bem como ao diminuto curso da suspensão. Mas esse é um pequeno preço a pagar, nesta nova versão que evoluiu as capacidades do mesmo motor existente na anterior. O 4 cilindros turbo comprimido com 1.8l ganhou 21 cv e mais binário, ficou cerca de 1 litro mais poupado e reduziu com isso as emissões poluentes. Valores suficientes para «o atirar» acima dos 230 km/h e cumprir os tradicionais 0/100 km/h em cerca de 8 segundos. Haja coração, «mãos» para tanto e condições para fazê-lo em segurança e dentro da lei!
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PREÇO, desde 45 100 euros MOTOR, 1796 cc, 184 cv às 5500 rpm, 16 V, 240 Nm das 3000 às 4000 rpm, injecção indirecta, turbo compressor e intercooler CONSUMOS, 11,2/6,0/7,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 188 g/km de CO2
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