EM TERMOS de dimensões exteriores, o
Hyundai i30 CW fica a cerca de 25 mm do comprimento de um
Mégane e supera largamente
station wagons de utilitários como o
207, o
Clio, o
Fabia e até do
Ford Focus já do segmento deste
Hyundai. Mas não parece, devido à envolvência das linhas da carroçaria, ainda que os traços vincados lhe imprimam dinamismo e inegável elegância ao conjunto. A silhueta bastante europeia — concebida no centro de estilo situado na Alemanha — destoa com a configuração da zona traseira, bem como a correspondente superfície vidrada, ainda que esta pretenda acentuar-lhe uma imagem desportiva. O construtor acrescenta-lhe o «
Crossover Wagon», reforçando-lhe o facto, contudo sem grande sentido. Talvez o fizesse caso o modelo dispusesse que algumas protecções ou reforços visíveis na carroçaria e no chassis. Independentemente desta atitude de
marketing, na realidade, o formato traseiro confere-lhe uma rigidez estrutural que melhora o comportamento e contribui para atenuar desvios da traseira, compensando os 23 cm a mais, face ao «cinco portas».
O ESPAÇO interior, mas sobretudo o traseiro, é um dos grandes trunfos do
Hyundai i30 CW. O modelo oferece não só bancos maiores, como consegue proporcionar espaço suficiente para as pernas. Os lugares dianteiros não parecem ser tão amplos nem os bancos são tão acolhedores, mas encontrar uma boa posição de condução não é difícil.
Voltando ao espaço, a capacidade da mala não constitui referência, porque existe um pneu suplente igual aos restantes o que é uma grande vantagem nos dias que correm... Mesmo assim, é de referir o seu bom acesso facilitado pela altura da plataforma face ao solo e pela abertura ampla da respectiva porta. Existem pequenos espaços sob o seu piso, a divisória rígida é seccionada e dispõe de ganchos para transportar objectos pendurados ou fixar uma rede. Aliás; no resto do habitáculo não faltam igualmente pequenos espaços, com destaque para o forro interior das portas que são amplos.
NUM SEGMENTO exigente e competitivo, bem como num modelo claramente voltado para os padrões europeus, o construtor não podia descurar em termos de design, funcionalidade, escolha dos materiais ou na qualidade de construção.
Não são pois de admirar os revestimentos suaves ou a ergonomia cuidada dos comandos principais, bem como a preocupação em jogar com tonalidades que lhe imprimam um aspecto jovem e desportivo. É o caso do volante e do seu formato, ou da consola central, mas também do fundo azulado dos mostradores. O toque de modernidade é dado pelas ligações a fontes externas de som, como
i-pod, por exemplo.
MUITO EQUILIBRADO no conjunto, o
Hyundai i30 CW 1.6 CRDi de 115 cv é claramente o mais apetecível. Com uma espantosa desenvoltura em estrada, este modelo só não apresenta mais agilidade em cidade, porque o motor convive melhor na zona das 2000 rpm, obrigando o condutor a trabalhar com a caixa para manter um ritmo vivo. E se para cima não se esgota facilmente, quando o ponteiro das rotações desce demasiado, queixa-se.
Em conjunto com uma suspensão traseira mais rígida, o comportamento em curva é de facto bastante seguro e parece mesmo capaz de acompanhar o andamento de versões bem mais desportivas da sua classe. Mas, sendo uma das carrinhas mais divertidas de conduzir, a maior precisão do desempenho «
paga-se» com uma suspensão que se ressente em pisos mais degradados.
A PAR de uma estrutura compacta, na forma que não no tamanho, mas que lhe oferece uma grande facilidade de condução – mercê da boa visibilidade, capacidade de manobra e desenvoltura do motor -, o
Hyundai i30 CW dispõe de uma boa relação preço/qualidade/equipamento. O que é de esperar! Com o motor de 115 cv e no nível de topo no que concerne ao equipamento (todos os
airbags, controlos de estabilidade, vidros eléctricos, ar condicionado, jantes de 17'', alarme, computador de bordo, etc, etc, etc...), o preço final fica no limiar dos 25 mil euros. No entanto, o preço de entrada é 5000 euros abaixo deste valor para o mesmo bloco com apenas 90 cv, mais do que os bastantes para um uso familiar. Com redobrada vantagem neste caso: é que enquanto este 115 cv, pela desenvoltura que demonstra, incentiva a uma condução mais rápida e mais penalizadora dos consumos, um binário mais precoce no propulsor menos potente poderá gerar uma dupla economia. Ainda que, segundo os dados do construtor, tanto os consumos como o nível de emissões sejam iguais nos dois casos.