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Produção de conteúdos dirigidos ao grande público. Tem como actividade principal a realização de ensaios a veículos de diferentes marcas e a divulgação de notícias sobre novos modelos ou versões.
SE A SIMBOLOGIA do número 7 nos remete para o equilíbrio e perfeição, para a energia e ordem cósmicas, para a transição dos ciclos celestes, então, salvo as versões carrinha e coupé-cabriolet do 206, toda a actual gama de passageiros do construtor francês encerra com este número. E o mais recente membro é exactamente aquele que vêm substituir um dos maiores «best-sellers» de sempre para a marca do leão.
EM POUCO mais de sete anos, o 206 tornou-se no modelo mais vendido de sempre pela Peugeot, acima das de cinco milhões de unidades produzidas, e destronando o 205, com maior tempo de comercialização mas menos versões de carroçaria. Mas os tempos são outros, o mercado e, particularmente este segmento, está em permanente ebulição, todos os anos saindo novos e renovados modelos, pelo que a disputa de mercado é muito mais intensa.
DOIS DOS FACTORES que contribuíram decisivamente para o sucesso do 206 foram, sem sombra de dúvida, a estética e o comportamento. Como é vulgar dizer-se, em equipa que ganha não se mexe… e o 207 é bem o exemplo disso nestes dois aspectos. As linhas adquiriram maior fluidez — sobretudo a frente, mais dinâmica e agressiva na sua imponente entrada de ar e no formato do capot, a exemplo de outras recentes criações do construtor —, o formato da traseira veio dar-lhe uns centímetros extra à capacidade da mala e melhorou a habitabilidade em altura, tal como o aumento da distância entre eixos beneficiou o espaço disponível para os ocupantes do banco traseiro. Este aumento de dimensões, nomeadamente da plataforma, acabou também por contribuir para a melhoria da estabilidade e do comportamento do 207 em relação ao seu antecessor.
MAS, SE AS LINHAS nos remetem para o anterior 206, pode dizer-se que há muito de novo neste 207. A plataforma da marca que serve os modelos mais pequenos do construtor cresceu para albergar as maiores dimensões da carroçaria, o modelo pode dispor de dois estilos de frente — mais clássica ou mais desportiva —, e a oferta de motores a gasolina de cilindrada inferior a 1,4 l (por enquanto a única disponível é a ensaiada) conhecerá novidades. Ainda a gasolina, aparecerão novos motores de 1,6 l desenvolvidos em conjunto com a BMW com 115 e 150 cv e, mais brevemente, uma versão menos potente deste motor 1.4 com 75 cv.
Por outro lado, as preocupações com a segurança foram um pontos principais no caderno de encargos, levando-a a alcançar o número máximo de estrelas (cinco) nos testes Euro-Ncap.
O AMBIENTE a bordo melhorou, não apenas pela maior habitabilidade, como pelo uso de revestimentos de melhor qualidade e mais suaves aos tacto. Muito mais cuidado em matéria de acabamentos, com um tablier tão fluído e bonito quanto as linhas exteriores o sugerem, mas que não inova na disponibilidade de pequenos espaços, o 207 não deixa de cativar sobretudo pela excelente posição de condução que proporciona. Não indo pela tendência em altura que os construtores têm seguido nos últimos tempos, o condutor acaba por ter uma postura mais desportiva e ter uma impressão de maior dinamismo e controlo sobre o conjunto. A visibilidade não sai grandemente prejudicada pelo facto, até porque este «leão» se deixa conduzir de forma simples e prática.
A EVOLUÇÃO em matéria de habitabilidade não o coloca como referência no segmento — digamos que os ocupantes traseiros poderão viajar com um pouco mais de desafogo das pernas e os de maior estatura ficarão mais longe do tejadilho..., enquanto os ligeiros ganhos obtidos na capacidade da mala ainda assim não foram significativos, embora o seu acesso em altura mereça uma referência positiva. Não é um modelo que se adapte inteiramente a um uso familiar constante, embora possua motivos para cativar «pais de família» despachados — a posição inclinada dos instrumentos e, no caso da versão ensaiada, os pormenores cromados que os circundam são deveras sedutores… — e contenha um claro piscar de olhos às condutoras, ao proporcionar pormenores de conforto que vão além da elegância das linhas.
NO QUE O 207 mais se destaca é no comportamento. E aí leva a palma à concorrência! A sua atitude em estrada é de uma aderência e segurança que roçam a insolência, não deixando com isso de se assumir como um dos utilitários mais confortáveis do segmento. O desempenho da suspensão é de tal forma equilibrado, que o pouco adorno da carroçaria em curva não passou por uma firmeza exagerada das molas que afectasse o conforto em piso irregular.
Para mais, este 1.4 de 90 cv é de uma disponibilidade muito grande e, não sendo um desportivo, não deixa o 207 ficar mal tanto em velocidade de ponta como nas recuperações. O manuseamento e precisão, tanto da caixa de velocidades como da direcção, contribuem para isso, bem como a fluidez das linhas da carroçaria que, além do mais, colocam esta versão, em termos de consumo em estrada, como uma das melhores da categoria.