Mais lazer do que trabalho
Quando se imagina uma “pick-up” para todo-o-terreno, eficaz e convincente, das primeiras a vir à mente é com certeza a Nissan Navara. Calcule-se agora se lhe adicionarmos uma funcionalidade mais familiar ou a sofisticação de um modelo de luxo!...
Bonita e com aspecto pujante, uma larga reputação de competência e fiabilidade tem ajudado a Navara a ser, ao longo de várias gerações, uma dos mais vendidos da sua classe.
Segmento que, como é sabido, é geralmente bastante vasto. Abrange desde as “pick-up´s” de trabalho — cabine simples para 2 ou 3 ocupantes, caixa de carga nas mais diversas configurações, tamanhos e materiais, tracção a 2 ou a 4 rodas —, até modelos de 5 lugares, tracção automática e integral, além de um vasto rol de equipamento de segurança e conforto.
Estas versões, geralmente mais orientadas para o lazer do que para fins profissionais, apesar da maior sofisticação e conforto, beneficiam em Portugal de uma incidência de impostos mais favorável.
Favor fiscal que já não acontece quando se evolui para o patamar mais elevado: o Nissan Pathfinder...
Apelo ao luxo
Mecanicamente “gémeo” da Navara, o Pathfinder é um autêntico “todo-o-terreno” que mantém intacto a eficácia fora de estrada da “pick-up", mas que lhe acrescenta a habitabilidade e a funcionalidade interior de um veículo capaz de assegurar pretensões mais familiares de espaço e conforto. Daí que uma Navara com cabine dupla e 5 lugares tenha preços a partir dos 30 mil euros, enquanto que para aceder ao Pathfinder seja preciso duplicar esse valor e acrescentar-lhe ainda uns (largos) milhares de euros!
Comum aos dois é o posto de condução prático e funcional, espaçoso e capaz de oferecer boa visibilidade para o exterior. No que se refere à visão dianteira: quando se volta a cabeça para trás, enquanto a Navara encerra o habitáculo nos bancos traseiros e o Pathfinder prolonga-o e proporciona dois lugares adicionais de acesso meio complicado, as coisas complicam-se. Isto, claro está, quando no equipamento não consta a preciosa câmara de vídeo traseira para auxílio ao estacionamento.
A mala do Pathfinder oferece mais de 500 litros de capacidade mas reduz-se a pouco menos de 200 litros na configuração de sete lugares. Lugares adicionais que, importa referir, até são espaçosos em altura mas têm um carácter meramente acessório no que toca ao conforto das pernas.
Óbvia vantagem do Pathfinder sobre o Navara é, portanto, a comodidade da caixa de carga, fechada e integrada no habitáculo, ao contrário do que acontece da Navara que é aberta ou separada dos passageiros. A insonorização beneficia igualmente desse facto. Em matéria de qualidade dos materiais, ou até do equipamento possível de contemplar ambos os modelos, pouco diferem. Também a Navara pode ser dotada de estofos em pele aquecidos, sistema de navegação com um avançado equipamento de som ou todos os itens de segurança presentes no Pathfinder.
A diferença é que, neste último, a maioria é geralmente disponibilizada de série.
A novidade mais importante nestes dois modelos, qualquer deles renovado em 2010, é a estreia de um novo motor diesel com seis cilindros, 3,0 litros, 231 CV e um binário de 550 Nm, o mais elevado da sua classe. Dotado de caixa de velocidades automática e todo o equipamento possível e imaginário, esta versão tem, em Portugal, um preço proibitivo: 95 mil euros.
Contudo, o motor 2.5 dCI foi também significativamente actualizado, crescendo em potência (+19 cv) e em binário, números que sendo expressivos são ainda assim capazes de garantirem uma redução de consumos (8,4 l por cada 100 km, uma poupança superior a 1 litro!)) e de emissões (224 g/km).
Estruturalmente não muito diferentes das versões anteriores, os modelos actuais cresceram ligeiramente devido aos pára-choques e às protecções laterais mais imponentes, além de melhorada a referida eficiência mecânica. Mas se é (apenas) isso que os distingue dos anteriores, não é menos verdade que tal em nada belisca a competência e actualidade dos dois: motores com capacidade suficiente para assegurar boas prestações em caminhos rápidos, excelente triangulação entre eixos e fantástica capacidade de tracção capazes de conferir a tão desejada eficácia perante obstáculos mais complicados. É evidente que o menor peso (em qualquer caso superior às duas toneladas) e até uma maior capacidade de manobra favorecem a Navara nas situações mais adversas.
Por outro lado, o Pathfinder pareceu dispor de uma suspensão mais macia, provavelmente mais preocupada com o conforto. Ambos garantem uma condução acessível e nada complicada, ao dispensarem o tradicional terceiro manípulo para engate da tracção e funcionamento das redutoras. Tal é feito de modo automático, graças a um botão colocado no tablier que comanda electronicamente as funções.
Os menos puristas agradecem.
PREÇOSNissan Navara de 26500 a 41 000 euros (2.5 dCi com C/A) e 47 000 euros (3.0 dCi, C/A)
Nissan Pathfinder de 74 000 a 90 000 euros (2.5 dCi com C/A) e 95 000 euros (3.0 dCi, C/A)
MOTOR2488 cc, 16 V, 190 cv às 4000 rpm, 450 Nm às 2000 rpm, turbo-compressor de geometria variável, intercooler, caixa de seis velocidades~PRESTAÇÕES (2.5 DCi)Nissan Navara (Cabine dupla) - 180 Km/h, 11,1 segundos (0/100 Km/h)
Nissan Pathfinder- 186 km/h, 11segundos (0/100 km/h)
CONSUMOS (2.5 DCi) (misto/estra-urbano/urbano)
Nissan Navara - 8,5/8,5/10,7 litrosNissan Pathfinder - 8,5/7,2/10,8 litrosEMISSÕES POLUENTES (2.5 DCi)224 g/km de CO2
Capacidades para todo-o-terreno | Ângulo de ataque | 30º | Ângulo de saída | 26º | Ângulo ventral | 24º | Altura ao solo | 22,8 cm | Vau máximo | 45 cm |
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