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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto


Terça-feira, 28.06.11

ENSAIO: Mazda3 1.6 MZ-CD (MY 2010)

É seguramente uma das propostas mais bonitas e mais equilibradas do mercado. O Mazda 3 recebe uma renovada versão diesel, actualizada de forma a corresponder às normas europeias do ambiente. Com valores de potência e binário mais elevados traz consigo outra exigência: maior moderação dos consumos, a par do desejo de proporcionar um maior prazer à condução do 3.
Deste familiar japonês, que lá mais para o final do ano tem anunciada uma nova geração, conhece-se bem o seu carácter dinâmico e o sucesso da linha exterior. Nomeadamente através de uma frente agressiva, agora ainda mais desportiva e aerodinâmica. Interiormente, sem aparentar grandes “floreados” ou rasgos estilísticos demasiado ousados, a gama 3 presenteia-nos com um tablier que é essencialmente prático e dotado de uma funcionalidade quase intuitiva. Consoante as versões existem pequenas variações para poder englobar o equipamento (agora ainda mais rico), e ainda aparentar um apelo desportivo que faça jus ao “slogan” “zoom-zoom” da marca. Algo que faz na conjugação de cores e na moldura prateada dos instrumentos. Mas sem exageros.
Do 3 destacaria antes uma posição de condução bem concebida e acessível que, embora sem desagradar (antes pelo contrário), também não parece capaz de despertar qualquer emoção em particular. É o caso típico de querer “agradar a gregos e a troianos”, com pequenos espaços em número suficiente, volumoso porta-luvas e caixa sob o apoio de braços entre os bancos. Atrás viaja-se desafogadamente nas partes laterais, no centro escasseia muito mais o apoio do assento e lugar para colocar os pés do ocupante do meio. A altura é mediana, sendo que os passageiros viajam numa posição mais elevada e com bastante visibilidade. A mala, com 340 litros (5 portas, na versão de 4 portas cresce para 430 litros), alberga roda de substituição de pequenas dimensões.


Comportamento excelente


Onde o 3 mais se evidencia é, de facto, em estrada. A estabilidade, a par de um comportamento em curva, aí sim, capaz de gerar algum entusiasmo, revelam uma afinação cuidada da suspensão e um equilíbrio geral do conjunto muito bem conseguido. A diferença de potencialidades desta alteração mecânica face à anterior mal se evidencia, embora o construtor reclame ganhos de velocidade e aceleração. Até mesmo os benefícios de consumo não aparentam, na prática, resultados significativos; em condução mais descontraída a média do ensaio situou-se na casa dos 6,8 litros, mais de 2 litros acima da referência indicada pelo construtor (4,4 l), mas quando se insiste numa atitude mais poupada pode alcançar-se um consumo combinado de apenas 5,8 litros.
Verdade é que grande parte do incremento do prazer da condução desta versão revista do Mazda 3, está na introdução de uma nova caixa de seis velocidades. A maior desmultiplicação das relações, a par do aumento do binário (+30 Nm, agora 270 Nm), disponível logo a partir das 1750 e até às 2700 rpm, contribui para que a sua condução seja mais elástica, sem tanta necessidade de recorrer à caixa para manter um andamento aceitável. O suficiente, pelo menos, para baixar as emissões poluentes para as exigências actuais.
Contudo, o mais importante desta nova versão poderá ser o menos evidente: dotado de filtro de partículas, este motor diesel 1.6 desenvolvido pelo grupo PSA em conjunto com o grupo Ford, utiliza agora um sistema que dispensa a necessidade da sua manutenção.


Dados mais importantes
Preços desde23 812 (Comfort)
Motor
1560 cc, 8 V, 115 cv às 6000rpm, 270 Nm das 1750 às 2700 rpm, common rail, turbo de geometria variável
Prestações
186 km/h, 11 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,4 / 3,9 / 5,3 litros
Emissões Poluentes (CO2)117 gr/km


Mazda 3 1.6 Diesel em resumo (texto elaborado pelo importador)


• Versão revista do bloco 1.6 MZ-CD diesel common-rail agora em conjunto com uma transmissão manual de 6 velocidades.
• Novo turbo de geometria variável e novo sistema de injecção
• 85 kW/115 cv (+ 6 cv face ao anterior motor de 1,6 litros) às 3.600 rpm (400 rpm abaixo).
• 270 Nm de binário máximo (+ 30 Nm), agora num leque de rotações alargado, das 1.750 às 2.700 rpm, para uma condução agradável, associada a baixos consumos.
• 2,2 % de redução nos consumos, de 4,4 litros aos 100 km (circuito combinado).
• 1,7 % de redução de emissões de CO2, de 117 g/km (circuito combinado), cumprindo com a norma Euro 5.
• Sistema de filtro de partículas diesel (DPF) sem necessidade de manutenção.


Exterior


• Design potente e emocional, uma expressão rica, posicionamento mais dinâmico.
• Nova imagem de família Mazda que integra a grelha da frente inferior de 5 pontas.
• Duas carroçarias distintas – 5 portas e berlina – e ainda uma versão desportiva superior.
• Excelente aerodinâmica com um coeficiente (Cd) de apenas 0.28 (berlina) e 0.30 (HB 5 portas), entre os melhores registos do segmento.


Interior


• Design interior desportivo e sofisticado que combina um ambiente espaçoso com um painel de instrumentos direccionado para o condutor para uma ligação directa com o automóvel.
• Recurso a superfícies em material granuloso na secção superior do painel, minimizando as zonas seccionadas, de modo a alcançar-se uma superior qualidade percebida.
• Ergonomia superior e Interface Homem-Máquina (HMI) com “zona de layout” para menor distracção da atenção à estrada.
• Painel integrado multi-informativo (MID) com sistema de navegação opcional.
• Controlo interactivo da iluminação e entrada iluminada.
• Sistema “surround Premium” Bose® com 10 altifalantes, com compensação de ruído Audiopilot2® e sistema “surround” Centerpoint®.
• Sistema mãos livres via Bluetooth® para telefones móveis e leitores de áudio portáteis.


Segurança


• ABS, EBD, assistência à travagem, sistema de controlo de tracção (TCS), DSC, airbags da frente, laterais e de cortina, de série em todas as versões.
• Faróis Bi-xénon, com Sistema de Faróis Direccionáveis (AFS).
• Sinal de Paragem de Emergência (ESS) que avisa os condutores precedentes, através da activação das luzes de emergência, de uma travagem súbita.
• Rear Vehicle Monitoring (RVM).
• Sistema de monitorização da pressão dos pneus
• Sensor de estacionamento traseiro.
• Avaliação de 5 estrelas no ‘crash-test’ da Euro NCAP, em Novembro de 2009.


(a disponibilidade de algum do equipamento referido depende da versão)

Outros modelos Mazda anteriormente ensaiados:

Mazda 2 1.3 Sport (86 cv)
Mazda 2 1.3 MZR (2011)
Mazda 2 1.3 MZR High Tech (2010)
Mazda 2 1.4 MZ-CD (68 cv)
Mazda 2 MZR 1.5 Sport Plus (103 cv)
Mazda 3 1.6MZ-CD e MZR-CD 2.2 Sport 
Mazda 3 MPS 2.3 DISI/260 cv
Mazda 5 2.0 MZR-CD 2.0 Dynamic
Mazda 6 2.0 MZR-CD
Mazda 6 2.2 MZR CD/185 cv 
Mazda 6 2.2 MZR CD (2010)
Mazda CX-7 2.2 MZR-CD (2010)
Mazda CX 7 2.3 Turbo Sport
Mazda MX-5 Roadster Coupé
Mazda MX-5 1.8 MZR 20.º Aniversário
Mazda RX-8
Mazda BT-50 2.5 MZR-CD

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Segunda-feira, 19.10.09

Mazda 3 (1.6 MZ-CD e MZR-CD 2.2 Sport)

Valores seguros

Poucos carros nesta classe deixam uma impressão tão forte quanto este
novo 3. Sobretudo quando se tem 150 excitados cavalos a reclamarem
permanentemente por mais liberdade…

O Mazda 3 sempre foi um modelo onde pontificou o equilíbrio; das
linhas e do conceito, da habitabilidade e do comportamento. Embora o
modelo anterior já possuísse um traço bastante sedutor e
personalizado, esta nova geração e muito principalmente a nova frente,
conseguem sugerir ainda mais uma atitude dinâmica e até mesmo muito
desportiva.
Sempre foi um carro capaz de estabelecer facilmente empatia — e por
isso não admira que seja o mais produzido do construtor japonês —, bem
como de transmitir confiança aos seus proprietários. Sendo ainda um
modelo particularmente fiável, tudo isso faz dele aquilo que
poderíamos designar como um valor seguro.
Depois do contacto que tive com as duas versões, fico realmente com
pena que a carga fiscal que incide sobre a cilindrada, faça com que
poucos portugueses não venham a ter o privilégio de o conduzir com o
novo motor diesel 2.2. A diferença de preço ainda é significativa,
cerca de 6 mil euros, quando apreciado em níveis de equipamento
equivalentes.

Harmonia

Apreciado com mais pormenor, o Mazda 3 não é, realmente, nem o mais
espaçoso, nem o mais confortável dos familiares do segmento. O espaço
traseiro – e principalmente o banco – são mais indicado para dois
ocupantes devido à configuração e ao túnel central. O "CS" de 4 portas
tem o tejadilho ligeiramente mais baixo nesta zona, em contrapartida
ganha espaço de bagageira, 430 l face aos 340 do "HB" de 5 portas. No
entanto, embora disponha de dobradiças exteriores com amortecedor, a
"boca" da mala é para o estreita e o pneu suplente é de pequenas
dimensões.


No entanto, a posição de posição de condução é do mais eficiente. E
embora à primeira vista os interiores não deslumbrem quanto aos
revestimentos, um olhar mais cuidado faz perceber a qualidade quer no
toque suave na parte superior do tablier, como na robustez dos
plásticos que forram outras zonas. Reina a eficácia: os acabamentos
não levantam dúvidas, a insonorização é primor (mais ainda na versão
mais potente, cujo motor, até no exterior, é silencioso), a
funcionalidade dos comandos é uma realidade e a compleição dos bancos
procura atenuar o desempenho de uma suspensão que privilegia mais o
comportamento dinâmico do que a capacidade de amortecimento, bem ao
espírito "zoom-zoom".

Carácter

Às vezes é difícil perceber por que é que determinados carros, mesmo
que não sejam "perfeitos-perfeitos", também não nos deixam
indiferentes. O 3, que seja pela sua atitude em estrada ou pelo tal
carácter equilibrado mas nada desenxabido, é um carro que acaba por
apaixonar.
A posição de condução ajuda. Não apenas pelo carácter prático, porque
visualmente a forma e a disposição do tablier contribuem bastante para
a integração ao volante. Já com as necessárias diferenças perante
cilindradas e valores de potência tão díspares, a verdade é que tanto
o motor 1.6 (já conhecido do grupo PSA, aqui com 109 cv), como a nova
unidade 2.2 (estreada e já ensaiada no Mazda 6), têm uma atitude
peculiar: demorando ligeiramente a abrirem as "portadas" à manada, por
volta das 1800 rpm começam num crescendo constante sem darem mostras
de esgotamento. Isso é, claro, mais evidente quando existem pelo menos
150 cavalos (também há com 185…) que não perdem qualquer fulgor mesmo
quando já estão no limiar da zona vermelha…
Sem esquecer que neste caso são comandados por uma caixa de seis
velocidades e que não será pela ausência de estabilidade ou presença
de ruído de funcionamento, que nos aperceberemos de que já
ultrapassámos largamente os limites legais…

Contenção

O que não significa que não se possa andar dentro dos limites legais
em sexta velocidade, sem que o motor "morra". De facto é bastante
"elástico" e, facto sempre agradável de constatar, tanta fogosidade
não o faz mais guloso.
A marca anuncia consumos médios de 4,5 e 5,4 l para o 1.6 e 2.2
respectivamente. Valores que parecem perfeitamente atingíveis num
andamento tranquilo, porque uma política de redução de peso emagreceu
esta geração e diminuiu a resistência ao vento.
Só que… isso não é fácil para quem gosta de conduzir! O Mazda 3 é
capaz de despertar os instintos mais provocantes. Não sendo correcto
admiti-lo, por questões de civismo e segurança na estrada mas, de
facto, proporciona imenso gozo a quem sente prazer de dirigir.
Mais uma vez, essa impressão acentua-se na versão mais potente.
Transmite maior segurança e tem uma atitude muito constante, quer em
estrada aberta, quer em percursos mais sinuosos.
O modelo 1.6 é naturalmente mais familiar. A suspensão, mais macia e
outros pneus, chegam mesmo a fazer com que a traseira derive
ligeiramente se não houver carga à retaguarda.

PREÇO, desde 23000 euros MOTOR, 1560 cc, 109 cv às 4000 r.p.m., 16 V,
common rail, turbo com geometria variável, intercooler CONSUMOS,
5,8/3,8/4,5 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 119 g/km de
CO2

PREÇO, desde 33000 euros MOTOR, 2184 cc, 150 cv às 3500 rpm, 360 Nm
das 1800 às 2600 rpm, 16V, common rail, turbo com geometria variável,
intercooler CONSUMOS, 6,9/4,5/5,4 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES
POLUENTES 144 g/km de CO2

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