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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto


Segunda-feira, 28.03.11

ENSAIO: Citroën DS3 1.6 THP/150 cv

Jovem reguila e irrequieto, difícil de passar despercebido, o Citroën DS3 não disfarça a vontade de concorrer de igual com a versão moderna de um outro modelo mítico que transporta nos genes a competição desportiva. Só que o DS3 não deixa créditos por mãos alheias e vai construindo a sua própria "genética" competitiva. Ao vencer o Rali de Portugal deste ano fica indelevelmente associado a esta importante competição nacional. E para quem não saiba ou não se recorde, a terceira edição desta mítica prova portuguesa foi igualmente ganha por um "DS" da marca do "double chevron" nas mãos de Francisco Romãozinho. Há 32 anos, em 1969, um Citroën DS 21 vencia o 3.º Rali Internacional TAP.
A novidade mais interessante que a geração actual do Citroën 3 trouxe – apesar de o construtor querer distingui-lo atribuindo-lhe identidade autónoma – é exactamente este pequeno desportivo com espírito vincadamente revivalista.
A começar pela designação – “DS” diz muito aos amantes da marca francesa – mas igualmente pelas linhas, embora seja o interior quem mais favorece essa faceta.
De fora já se pressente um certo toque “retro”, não deixando de estar presentes pormenores indicadores de modernidade, como a iluminação led em linha por debaixo das ópticas dianteiras. A pintura da carroçaria em tons diferentes e contrastantes atenua algum desequilíbrio que poderia sobrevir da superfície vidrada lateral e o resultado é exuberante.


Interior fascinante
Esse contraste colorido é em grande parte responsável pelo facto do Citroën DS3 trazer à memória outro modelo. Mas o interior desfaz essa impressão apesar de manter um certo ar retro, porque a forma e a pintura do tablier sugerem uma superfície metálica. Em matéria de qualidade dos materiais aparenta estar acima do novo 3, com o qual partilha muitos acessórios.
O espaço traseiro não é de todo acanhado para dois ocupantes, desde que não muito altos. A mala não foge à capacidade do 3, ou seja, pouco menos de 300 litros, embora com um plano de carga mais rebaixado, apesar de esta ser a única versão a dispor de pneu de reserva.
A posição de condução agrada bastante e os bancos revelam boa compleição, sustendo correctamente o corpo. Visibilidade e manuseamento fácil dos diversos comandos, com realce para uma caixa de velocidades rápida e precisa. A merecer revisão está o volumoso apoio de cabeça a meio do banco traseiro.

Atitude generosa
Em matéria de condução, o DS3 incentiva uma pilotagem mais dinâmica e exigente. Tive a sorte de poder conduzi-lo na versão mais potente e desportiva, equipada com um “pequeno” motor 1.6 a gasolina e uns bem generosos 150 cv. A tremenda eficácia do seu turbo-compressor de pequenas dimensões, que cedo se presta a entrar em acção, e os préstimos de uma belíssima caixa de 6 velocidades, conferem-lhe uma impulsão convincente. Num conjunto que pesa pouco mais de 1200 kg, o valor máximo anunciado é de 214 km/h, necessitando de pouco mais de 7 segundos para ir de dos 0 aos 100 km/h.
Mostra ainda enorme precisão nas trajectórias em curva, com a vantagem de, graças exactamente à acção do seu compressor, manter muita vitalidade à saída, mesmo quando, por inépcia do condutor, o regime do motor já não é o mais adequado.


Dados mais importantes
Preços desde 20000 € (1.4 VTi/95 cv) / 25500 € (TPH 150 cv)
Motores
 1598 cc, 16 V, 150 cv às 6000 rpm., 240 Nm das 1400 às 4000 rpm
Prestações
 214 km/h, 7,3 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
 6,7 / 5,1 / 9,4 litros
Emissões Poluentes (CO2)155 g/km




Um dos fascínios do Citroën DS3 é poder personalizá-lo ao gosto individual de cada um, através de variadas combinações de equipamento, aplicações coloridas para acessórios interiores e conjugação das cores exteriores. Algumas são muito, mas mesmo muito, originais. Como o tejadilho em padrão de zebra, por exemplo...
 
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Sexta-feira, 11.03.11

ENSAIO: Honda Accord 2.2 i-DTEC 150/180 cv "Type S"

O “S” vermelho na tampa da bagageira assinala a versão mais desejada do Honda Accord. “S” de “Special”,”S” de “Sport”, mas também — e certamente — “S” de Soberbo. É o mínimo com que se pode classificá-lo depois de conduzido e desfrutado com este motor 2.2 de 180 cv, que lhe confere uma raça e uma atitude em estrada capaz de fazer empalidecer alguns dos seus concorrentes.
Preços a partir dos 38000 euros para a versão Sedan
 de 150 cv e de 43100 para a de 180 cv.
Na Tourer os valores são de 39000 e de 44650, respectivamente.
Poucos carros conseguiram deixar-me uma impressão tão forte, nos últimos tempos, como este Accord 2.2 i-DTEC “Type S”. O Honda Accord é essencialmente um carro familiar e isso fica bem expresso na versão “Tourer”, a carrinha. O chassis robusto proporciona uma condução sólida e consistente e, no geral, trata-se de um produto bastante homogéneo, com espaço suficiente para a família e respectiva bagagem, bem construído e com recurso a materiais convincentes, ergonómico q.b. e com uma imagem exterior que não deixa ficar ninguém indiferente.

Primazia ao comportamento

Mas quando se conduz o actual Accord (no final deste ano chegará um novo modelo) percebe-se rapidamente que é um carro feito para boas estradas e longas distâncias. A suspensão privilegia claramente o carácter dinâmico e o prazer da condução, com algum prejuízo da capacidade de amortecimento das variações do piso. O Accord ressente-se perante uma sucessão de irregularidades e a suspensão firme, a par da pouca altura ao solo, exigem cuidados perante obstáculos. Leia-se aqui os típicos buracos que frequentemente nascem nas estradas portugueses, após um dia de chuva intensa.


Interior envolvente

O Accord oferece dois tipos de carroçaria: uma berlina de 4 portas, com mala ampla de 460 litros de capacidade e a bonita e elegante carrinha (Tourer), com quase 4,8 metros de comprimento e bagageira de somente 400 litros. Efectivamente estes valores não impressionam. E mais desiludem quando se constata que a mala da carrinha é menor, apesar de reservar outro pequeno espaço impermeável por debaixo do piso. Salva-se o facto de ambas serem bem aproveitadas e, por exemplo, no caso do “sedan”, colocar e proteger muito bem as intrusivas dobradiças em arco.
É que a Honda privilegiou claramente o espaço disponível para os ocupantes e respectivo conforto, e isso implicou bancos mais volumosos e envolventes. E por falar em bancos, tanto a posição de condução como os lugares dianteiros podem situar-se bem perto do solo, acompanhando o carácter desportivo do conjunto. Pese embora a possibilidade de regulação dos mesmos em altura.
Aquilo que se oferece aos olhos do condutor varia entre a sobriedade luminosa azul do familiar e o apelo dinâmico vincadamente desportivo da versão Type S. Nesta, além dos pedais em alumínio, há um tom avermelhado na iluminação do painel de instrumentos. (ver mais diferenças no final).
Com materiais suaves e aparência igualmente bastante sólida, o tablier quase simétrico do Accord contempla a possibilidade de colocação de um sistema de navegação e de vários sistemas de som. Há algum espaço entre os bancos dianteiros e, dependendo das opções, existe algum na consola central, protegido por tampa. No interior do apoio de braços alojam-se as entradas USB e para sistemas externos de som.

Dinâmica com classe

Não sendo exactamente o veículo com maior agilidade da sua categoria, este familiar da Honda vale-se da robustez do chassis e de outras capacidades dinâmicas, como a estabilidade e a precisão em velocidade e o “feeling” que transmite ao curvar.
É indiscutível o grande prazer que proporciona a sua condução, as sensações que transmite ao condutor e, principalmente, a enorme segurança da sua postura em estrada. Na versão de 150 cv é notória uma atitude bastante mais familiar, com relações de caixa mais longas e mais poupadas, capazes de lhe conferirem acelerações mais suaves e proporcionarem uma maior elasticidade ao motor e a todo o conjunto. Já na versão mais potente, notoriamente mais agressiva, sobressai a impulsividade dos seus 180 cv quando acelera e impele os corpos dos ocupantes de encontro aos bancos. O acréscimo de potência é pontual e obtido através de alterações na pressão do turbo e na gestão electrónica do motor, sendo apenas perceptível quando se lhe excita o acelerador. O que na prática significa que se a predisposição do condutor for por uma toada mais calma não notará grandes diferenças, nem mesmo variações significativas de consumo. Mas quem se preocupar com tal sempre pode contar com o auxílio de indicador no painel de instrumentos, aconselhando a mudança mais indicada para a ocasião.
Com as primeiras relações necessariamente curtas para vencer a inércia de um conjunto que, em vazio, pesa mais de tonelada e meia, a caixa de seis velocidades do Accord acompanha em precisão e rapidez qualquer tipo de condução que lhe seja exigida. Mais cómoda é a caixa automática de cinco velocidades. Mas isso paga-se com acréscimo de preço e de consumos, cerca de 1 litro segundo o construtor, mas naturalmente mais do que isso quando prevalece uma condução urbana.

"Type S"

Bancos exclusivos em meia-pele, com acabamento cinzento-escuro e forro do tejadilho em preto, distinguem esta versão de topo. O acabamento tipo metalizado dos frisos interiores que cobrem o travão de estacionamento, a moldura da alavanca das mudanças, a guarnição do volante, as inserções das portas, com um fundo vermelho que sobe ao longo do centro do tablier está, agora, numa tonalidade mais escura, complementando os novos tecidos do interior. Enquanto os espaços para os pés da maioria dos modelos têm iluminação azul, com os faróis acesos, esta iluminação é vermelha no "Type S".


Dados mais importantes
Preços desde38000 (Sedan), 39000 (Tourer)
Motores
150 cv: 2199 cc, 150 cv/4000 rpm, 350 Nm das 2000 às 2750 rpm, 16V
180 cv: 180 cv/4000 rpm, 380 Nm 2000/2750 rpm
Prestações (*) 150 cv: 207 km/h, 10,2 seg. (0/100 km/h)
180 cv: 220 km/h, 8,9 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade) (*)150 cv: 5,6 / 4,7 / 7,3 litros
180 cv: 5,8 / 4,9 / 7,5 litros
Emissões Poluentes (CO2)149-154 (150 cv:)/ 152-155 (180 cv:gr/km
(*) valores unicamente referentes à versão Sedan

Outros modelos Honda anteriormente ensaiados:


* Honda Accord Sedan 2.2 i-DTEC (2008)
Honda Accord Tourer 2.2 i-DTEC (2008)

Honda Jazz 1.2 i-VTEC City Top

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Terça-feira, 28.07.09

Toyota Avensis Sedan 2.2 D-4D/150 CV



Presença marcante


É impossível ficar indiferente perante um carro com uma imagem que
destila tanta pujança e autoridade. Uma aposta forte da marca japonesa
para bater, no segmento, a poderosa concorrência europeia


Independentemente do valor intrínseco de um modelo, não é fácil para
qualquer construtor não europeu, impor um carro no chamado segmento D.
Nesta classe coabitam as necessidades familiares do segmento médio
alto da população, com os interesses executivos das empresas para
motorização dos seus quadros, vários motores e níveis de equipamento
bastante exigentes. Tanto para satisfazer a uns como para agradar a
outros, há que competir com uma forte armada europeia já de créditos
firmados, e é por isso que muitos fabricantes orientais têm vindo a
criar ou estabelecer parcerias com centros de design no Velho
Continente.
Desse modo, procura-se conceber um produto que corresponda e agrade ao
"gosto" europeu, em termos de linhas mas também de funcionalidade
interior, mais exigente em matéria de desempenho, de qualidade de
construção e de materiais, acompanhando o que de mais moderno existe
em equipamento, ou até mesmo inovando e criando novas "necessidades".



Funcionalidade


Quando isso acontece, o resultado é invariavelmente muito mais
convincente, mais consensual. No caso particular desta carrinha mais
ainda. A frente, imponente e autoritária, conjuga-se bem com a secção
traseira. Uma vincada linha de cintura vem em crescendo até à face
superior dos farolins anteriores, fluindo em elegante harmonia ao
longo da parte inferior do respectivo vidro, o que, em conjunto com o
"aileron" superior, reforça o porte atlético e desportivo. Mesmo
elevada, a "cintura" permite manter "vidro" lateral suficiente de modo
a garantir luminosidade ao habitáculo do Avensis.
Este factor é de extrema importância quando nos deparamos com um
desenho interior que, no seu todo, não surpreende pela grande
originalidade das formas! Os diversos elementos seguem uma disposição
tradicional, os comandos são por demais intuitivos e ergonómicos na
sua funcionalidade e realmente nada parece fora do sítio neste carro.
Deste ponto de vista agradará sobretudo aos que preservam a tradição,
enquanto que em termos de qualidade de construção ou de selecção dos
materiais não deverá existir quem se possa queixar. Se ao resultado
disto juntarmos uma excelente insonorização, pode afirmar-se com
justiça, que se trata de um dos mais silenciosos da sua classe.



Luminosidade


A circunstância que lhe confere luminosidade ao interior, permite ao
Avensis não só reivindicar uma boa visibilidade em manobra como, pelo
mesmo motivo, contribuir para o conforto dos passageiros em viagem.
Contando evidentemente com um elevado equipamento de série, o
habitáculo amplo, os bancos dianteiros confortáveis e um espaço
traseiro que não se acanha perante o corpo e as pernas de 3 ocupantes,
dificilmente desiludirá em matéria de conforto. Existem igualmente
pequenos espaços em número suficiente, nomeadamente pelo excelente
aproveitamento feito entre os bancos dianteiros, já que o travão de
mão é eléctrico. Na presente geração a capacidade da mala aumentou
ligeiramente — 523 litros — mantendo-se entre as melhores da
categoria.
Como não podia deixar de ser, para agradar aos que gostam deste tipo
de "gadgets" e de modelos que façam jus à designação de
"tecnologicamente avançados" — a acção do travão de mão eléctrico é
que é algo "limitada" porque é necessário accioná-lo quando se
imobiliza o motor ou se arranca —, esta versão em especial conta o
sistema "Smart Entry & Start" que dispensa o uso da chave para a
abertura das portas e para o arranque do motor. Mas, pelo menos para
já, o sistema de assistência à manutenção na faixa de rodagem, de
aviso de saída de faixa de rodagem e do perigo de colisões são
exclusivo deste motor mas dotado de caixa automática.



Agilidade


O modelo que ensaiei trazia uma excelente caixa manual de seis
velocidades. As dimensões avantajadas, nomeadamente a largura
responsável pela habitabilidade, retiram-lhe alguma capacidade de
manobra, ainda que beneficie de uma direcção correctamente assistida.
De resto, em estrada, com este motor o Avensis mostra uma franca
apetência para acelerar e todo o conjunto revela agilidade e segurança
suficientes para quem gosta de fazer uma condução despachada. Sem
sacrificar muito o desempenho face à versão mais potente (177 cv)
deste mesmo motor, umas poucas alterações permitem-lhe menores
consumos e, tão importante quanto isso, uma redução do nível de
emissões de CO2.
Acresce o facto de todas as versões disporem de "aconselhamento"
quanto ao uso da mudança mais correcta para uma maior poupança.
Excelente estradista e com todas as características de conforto de um
familiar, a lista de opções revela um novo Avensis preparado para
receber um sistema de navegação eficaz e um avançado sistema de som
com disco rígido para arquivo das músicas favoritas.


PREÇO, desde 41500 euros MOTOR, 2231 cc, 150 cv às 3600 r.p.m., 340 Nm
das 2000 às 2800 rpm, turbo de geometria variável, 16 válvulas, DOHC,
injecção common rail PRESTAÇÕES, 220 km/h CONSUMOS, 7,0/4,7/5,5 l
(cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 139 g/km

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