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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto


Sexta-feira, 11.03.11

ENSAIO: Honda Accord 2.2 i-DTEC 150/180 cv "Type S"

O “S” vermelho na tampa da bagageira assinala a versão mais desejada do Honda Accord. “S” de “Special”,”S” de “Sport”, mas também — e certamente — “S” de Soberbo. É o mínimo com que se pode classificá-lo depois de conduzido e desfrutado com este motor 2.2 de 180 cv, que lhe confere uma raça e uma atitude em estrada capaz de fazer empalidecer alguns dos seus concorrentes.
Preços a partir dos 38000 euros para a versão Sedan
 de 150 cv e de 43100 para a de 180 cv.
Na Tourer os valores são de 39000 e de 44650, respectivamente.
Poucos carros conseguiram deixar-me uma impressão tão forte, nos últimos tempos, como este Accord 2.2 i-DTEC “Type S”. O Honda Accord é essencialmente um carro familiar e isso fica bem expresso na versão “Tourer”, a carrinha. O chassis robusto proporciona uma condução sólida e consistente e, no geral, trata-se de um produto bastante homogéneo, com espaço suficiente para a família e respectiva bagagem, bem construído e com recurso a materiais convincentes, ergonómico q.b. e com uma imagem exterior que não deixa ficar ninguém indiferente.

Primazia ao comportamento

Mas quando se conduz o actual Accord (no final deste ano chegará um novo modelo) percebe-se rapidamente que é um carro feito para boas estradas e longas distâncias. A suspensão privilegia claramente o carácter dinâmico e o prazer da condução, com algum prejuízo da capacidade de amortecimento das variações do piso. O Accord ressente-se perante uma sucessão de irregularidades e a suspensão firme, a par da pouca altura ao solo, exigem cuidados perante obstáculos. Leia-se aqui os típicos buracos que frequentemente nascem nas estradas portugueses, após um dia de chuva intensa.


Interior envolvente

O Accord oferece dois tipos de carroçaria: uma berlina de 4 portas, com mala ampla de 460 litros de capacidade e a bonita e elegante carrinha (Tourer), com quase 4,8 metros de comprimento e bagageira de somente 400 litros. Efectivamente estes valores não impressionam. E mais desiludem quando se constata que a mala da carrinha é menor, apesar de reservar outro pequeno espaço impermeável por debaixo do piso. Salva-se o facto de ambas serem bem aproveitadas e, por exemplo, no caso do “sedan”, colocar e proteger muito bem as intrusivas dobradiças em arco.
É que a Honda privilegiou claramente o espaço disponível para os ocupantes e respectivo conforto, e isso implicou bancos mais volumosos e envolventes. E por falar em bancos, tanto a posição de condução como os lugares dianteiros podem situar-se bem perto do solo, acompanhando o carácter desportivo do conjunto. Pese embora a possibilidade de regulação dos mesmos em altura.
Aquilo que se oferece aos olhos do condutor varia entre a sobriedade luminosa azul do familiar e o apelo dinâmico vincadamente desportivo da versão Type S. Nesta, além dos pedais em alumínio, há um tom avermelhado na iluminação do painel de instrumentos. (ver mais diferenças no final).
Com materiais suaves e aparência igualmente bastante sólida, o tablier quase simétrico do Accord contempla a possibilidade de colocação de um sistema de navegação e de vários sistemas de som. Há algum espaço entre os bancos dianteiros e, dependendo das opções, existe algum na consola central, protegido por tampa. No interior do apoio de braços alojam-se as entradas USB e para sistemas externos de som.

Dinâmica com classe

Não sendo exactamente o veículo com maior agilidade da sua categoria, este familiar da Honda vale-se da robustez do chassis e de outras capacidades dinâmicas, como a estabilidade e a precisão em velocidade e o “feeling” que transmite ao curvar.
É indiscutível o grande prazer que proporciona a sua condução, as sensações que transmite ao condutor e, principalmente, a enorme segurança da sua postura em estrada. Na versão de 150 cv é notória uma atitude bastante mais familiar, com relações de caixa mais longas e mais poupadas, capazes de lhe conferirem acelerações mais suaves e proporcionarem uma maior elasticidade ao motor e a todo o conjunto. Já na versão mais potente, notoriamente mais agressiva, sobressai a impulsividade dos seus 180 cv quando acelera e impele os corpos dos ocupantes de encontro aos bancos. O acréscimo de potência é pontual e obtido através de alterações na pressão do turbo e na gestão electrónica do motor, sendo apenas perceptível quando se lhe excita o acelerador. O que na prática significa que se a predisposição do condutor for por uma toada mais calma não notará grandes diferenças, nem mesmo variações significativas de consumo. Mas quem se preocupar com tal sempre pode contar com o auxílio de indicador no painel de instrumentos, aconselhando a mudança mais indicada para a ocasião.
Com as primeiras relações necessariamente curtas para vencer a inércia de um conjunto que, em vazio, pesa mais de tonelada e meia, a caixa de seis velocidades do Accord acompanha em precisão e rapidez qualquer tipo de condução que lhe seja exigida. Mais cómoda é a caixa automática de cinco velocidades. Mas isso paga-se com acréscimo de preço e de consumos, cerca de 1 litro segundo o construtor, mas naturalmente mais do que isso quando prevalece uma condução urbana.

"Type S"

Bancos exclusivos em meia-pele, com acabamento cinzento-escuro e forro do tejadilho em preto, distinguem esta versão de topo. O acabamento tipo metalizado dos frisos interiores que cobrem o travão de estacionamento, a moldura da alavanca das mudanças, a guarnição do volante, as inserções das portas, com um fundo vermelho que sobe ao longo do centro do tablier está, agora, numa tonalidade mais escura, complementando os novos tecidos do interior. Enquanto os espaços para os pés da maioria dos modelos têm iluminação azul, com os faróis acesos, esta iluminação é vermelha no "Type S".


Dados mais importantes
Preços desde38000 (Sedan), 39000 (Tourer)
Motores
150 cv: 2199 cc, 150 cv/4000 rpm, 350 Nm das 2000 às 2750 rpm, 16V
180 cv: 180 cv/4000 rpm, 380 Nm 2000/2750 rpm
Prestações (*) 150 cv: 207 km/h, 10,2 seg. (0/100 km/h)
180 cv: 220 km/h, 8,9 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade) (*)150 cv: 5,6 / 4,7 / 7,3 litros
180 cv: 5,8 / 4,9 / 7,5 litros
Emissões Poluentes (CO2)149-154 (150 cv:)/ 152-155 (180 cv:gr/km
(*) valores unicamente referentes à versão Sedan

Outros modelos Honda anteriormente ensaiados:


* Honda Accord Sedan 2.2 i-DTEC (2008)
Honda Accord Tourer 2.2 i-DTEC (2008)

Honda Jazz 1.2 i-VTEC City Top

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Quarta-feira, 22.04.09

Renault Laguna Coupe GT 2.0 dCi/180 cv

Realidade paralela

CONFESSO que não era grande fã do Renault Laguna até andar com esta versão Coupe GT. Ela é tão especial e distinta da restante gama do familiar francês, que quase parece um automóvel novo.

A razão principal reside no facto deste modelo oferecer uma condução e um comportamento diferente dos demais, graças ao sistema de 4 rodas direccionais denominado chassis active drive.

O ângulo de viragem das rodas traseiras é regulado em função da velocidade. Abaixo dos 60 km/h, as rodas traseiras viram no sentido oposto ao das dianteiras, tornando-o mais manobrável. Acima desse valor as rodas traseiras viram no mesmo sentido das dianteiras e desta forma, em curva, o trem traseiro mantém a precisão da trajectória.


O MAIOR
risco ao fazer derivar um familiar para uma versão desportiva começa na estética. O resultado é positivo, a traseira «casa» não apenas bem como consegue ainda até dar mais alma à secção dianteira.

Interiormente o caso muda de figura. Quer dizer: é elegante mas falta-lhe «chama», carece da garra que o exterior promete. É equilibrado, bastante simétrico e demasiado igual aos restantes. Nem sequer se pode falar em maior desportivismo do volante, das aplicações metalizadas ou dos instrumentos; nem são novidade, nem são exclusivas.

Em contrapartida, pode apontar-se a imagem de qualidade dos materiais e dos acabamentos. Os bancos em couro são de série. A dotação tecnológica, num lote de equipamento de série que inclui já o sistema de navegação ou o sistema de fecho por cartão com telecomando incluído, que permite trancar e destrancar automaticamente apenas na presença deste.


PODE

gabar-se de oferecer bom acesso ao habitáculo. É fácil: portas grandes. Bancos dianteiros eléctricos que correm suavemente e voltam ao lugar sem grande esforço. Por causa disso teve que eliminar-se um dos pré-tensores dos cintos de segurança dianteiros e «substituir» por um airbag especial para estes bancos. Sempre a segurança em primeiro lugar. Atrás os lugares acomodam confortavelmente dois adultos não muito altos. Mas apenas dois num banco traseiro que simula a individualidade. A mala é ampla para um coupé, cerca de 420 litros, porque não há pneu suplente, substituído por um kit de reparação. O acesso é feito por uma tampa que não inclui o vidro traseiro, curiosamente em material compósito para ser mais fácil conseguir a forma desejada. A partir da bagageira é possível rebater o encosto dos bancos.


NESTE PATAMAR
, jogam-se várias exigências: personalidade, prestígio, qualidade e conforto. Tradicionalmente os modelos franceses são fortes no último aspecto, mas este carro pretende ter veia desportiva. Sempre são180 cv, debitados por um motor diesel, no caso acoplados a uma belíssima caixa automática de seis velocidades. Com comando sequencial também.
Digamos assim: há carros rápidos. E há carros muito rápidos. O Renault Laguna Coupe GT, para um diesel de 2,0 litros, pertence à segunda categoria. É rápido e seguro. Surpreendentemente consegue também manter-se confortável perante piso mais irregular. Apenas incomoda um pouco o barulho do motor ou o da deslocação do vento em velocidade.

Enfim, um preço muito baixo a pagar perante velocidades que, se controladas, teriam outros custos bem mais inconvenientes...

CONDUZ-SE bem. A visibilidade é boa, a posição de condução simpática. A direcção das quatro rodas confere-lhe bastante poder de manobra, com um raio de viragem bastante curto para os seus mais de quatro metros e meio.
Há ainda uma panóplia de gadgets para facilitar a vida: referi o cartão com botão para «start/stop», mas conta também com o travão de mão que acciona ou destrava de forma automática e que no arranque facilita o chamado ponto de embraiagem, sensores de luz, chuva e de estacionamento e ligações para DVD (na presença de um sistema de navegação, opção a partir de 1200 euros) ou i-pod (de série). Entre outros.

Outro ponto positivo é conseguir-se manter económico. Média abaixo dos oito litros mesmo para andamentos mais exigentes. Não é mau para 180 cv.
Mas bonito mesmo é senti-lo a curvar e a seguir a trajectória como poucos o conseguem fazer nesta categoria!


PREÇO
, desde 46 400 euros MOTOR, 1995 cc, 180 cv às 3750 r.p.m., 16 V, Common Rail 1600 bars + Turbo de geometria variável, intercooler, 400 Nm às 2000 rpm CONSUMOS, 8,6/5,5/6,5 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 172 g/km de CO2

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Quarta-feira, 22.04.09

Renault Laguna Coupe GT 2.0 dCi/180 cv

Realidade paralela

CONFESSO que não era grande fã do Renault Laguna até andar com esta versão Coupe GT. Ela é tão especial e distinta da restante gama do familiar francês, que quase parece um automóvel novo.

A razão principal reside no facto deste modelo oferecer uma condução e um comportamento diferente dos demais, graças ao sistema de 4 rodas direccionais denominado chassis active drive.

O ângulo de viragem das rodas traseiras é regulado em função da velocidade. Abaixo dos 60 km/h, as rodas traseiras viram no sentido oposto ao das dianteiras, tornando-o mais manobrável. Acima desse valor as rodas traseiras viram no mesmo sentido das dianteiras e desta forma, em curva, o trem traseiro mantém a precisão da trajectória.


O MAIOR
risco ao fazer derivar um familiar para uma versão desportiva começa na estética. O resultado é positivo, a traseira «casa» não apenas bem como consegue ainda até dar mais alma à secção dianteira.

Interiormente o caso muda de figura. Quer dizer: é elegante mas falta-lhe «chama», carece da garra que o exterior promete. É equilibrado, bastante simétrico e demasiado igual aos restantes. Nem sequer se pode falar em maior desportivismo do volante, das aplicações metalizadas ou dos instrumentos; nem são novidade, nem são exclusivas.

Em contrapartida, pode apontar-se a imagem de qualidade dos materiais e dos acabamentos. Os bancos em couro são de série. A dotação tecnológica, num lote de equipamento de série que inclui já o sistema de navegação ou o sistema de fecho por cartão com telecomando incluído, que permite trancar e destrancar automaticamente apenas na presença deste.


PODE

gabar-se de oferecer bom acesso ao habitáculo. É fácil: portas grandes. Bancos dianteiros eléctricos que correm suavemente e voltam ao lugar sem grande esforço. Por causa disso teve que eliminar-se um dos pré-tensores dos cintos de segurança dianteiros e «substituir» por um airbag especial para estes bancos. Sempre a segurança em primeiro lugar. Atrás os lugares acomodam confortavelmente dois adultos não muito altos. Mas apenas dois num banco traseiro que simula a individualidade. A mala é ampla para um coupé, cerca de 420 litros, porque não há pneu suplente, substituído por um kit de reparação. O acesso é feito por uma tampa que não inclui o vidro traseiro, curiosamente em material compósito para ser mais fácil conseguir a forma desejada. A partir da bagageira é possível rebater o encosto dos bancos.


NESTE PATAMAR
, jogam-se várias exigências: personalidade, prestígio, qualidade e conforto. Tradicionalmente os modelos franceses são fortes no último aspecto, mas este carro pretende ter veia desportiva. Sempre são180 cv, debitados por um motor diesel, no caso acoplados a uma belíssima caixa automática de seis velocidades. Com comando sequencial também.
Digamos assim: há carros rápidos. E há carros muito rápidos. O Renault Laguna Coupe GT, para um diesel de 2,0 litros, pertence à segunda categoria. É rápido e seguro. Surpreendentemente consegue também manter-se confortável perante piso mais irregular. Apenas incomoda um pouco o barulho do motor ou o da deslocação do vento em velocidade.

Enfim, um preço muito baixo a pagar perante velocidades que, se controladas, teriam outros custos bem mais inconvenientes...

CONDUZ-SE bem. A visibilidade é boa, a posição de condução simpática. A direcção das quatro rodas confere-lhe bastante poder de manobra, com um raio de viragem bastante curto para os seus mais de quatro metros e meio.
Há ainda uma panóplia de gadgets para facilitar a vida: referi o cartão com botão para «start/stop», mas conta também com o travão de mão que acciona ou destrava de forma automática e que no arranque facilita o chamado ponto de embraiagem, sensores de luz, chuva e de estacionamento e ligações para DVD (na presença de um sistema de navegação, opção a partir de 1200 euros) ou i-pod (de série). Entre outros.

Outro ponto positivo é conseguir-se manter económico. Média abaixo dos oito litros mesmo para andamentos mais exigentes. Não é mau para 180 cv.
Mas bonito mesmo é senti-lo a curvar e a seguir a trajectória como poucos o conseguem fazer nesta categoria!


PREÇO
, desde 46 400 euros MOTOR, 1995 cc, 180 cv às 3750 r.p.m., 16 V, Common Rail 1600 bars + Turbo de geometria variável, intercooler, 400 Nm às 2000 rpm CONSUMOS, 8,6/5,5/6,5 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 172 g/km de CO2

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