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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto


Quarta-feira, 12.12.07

Renault Laguna 2.0 DCi


Um familiar amadurecido

SE EU TIVESSE entrado a bordo de olhos vendados e tivesse conduzido (já sem venda, claro...) antes de o ter olhado e comparado exteriormente, juraria que este novo Renault Laguna era mais pequeno do que a anterior. Tudo pela facilidade com que se conduz e se deixa manobrar, bem como pela excelente visibilidade que permite dispor. No entanto, as dimensões cresceram em todos os sentidos; melhoraram os índices de habitabilidade e evoluiu a qualidade do produto. Ainda assim, nesta nova geração, o familiar francês é dos mais compactos da sua classe.

PARTE da razão porque o considerei mais pequeno, deve-se também ao facto de ter uma posição de condução mais elevada. Junta-se a isso uma frente que permite ao condutor dominar com franco à-vontade as extremidades dianteiras do veículo. Por outro lado, o acesso aos principais comandos parece ter ficado mais fácil: não só estes resultam mais próximos, como obedecem a uma forma muito racional de distribuição. O próprio desenho do painel de bordo que, à partida, parece um pouco falho de imaginação, acaba por evidenciar uma elegância delicada que não cansa e contribui para a atmosfera envolvente do interior deste Laguna.
Já a qualidade e o rigor de construção são de nível elevado, com materiais suaves, de onde não se pressentem quaisquer ruídos incómodos e cuja solidez se revela no movimento firme e no som cavo do funcionamento da tampa do porta-luvas, por exemplo.

QUANTO à habitabilidade, o Laguna não é, na verdade, um exemplo de espaço. Outros há que o batem nesse aspecto e, embora o que existe para as pernas dos ocupantes traseiros seja mais do que a geração anterior, este assento é mais vocacionado para dois passageiros. Por culpa do túnel central e da elevação do banco, com o menor conforto da zona central do assento a condicionar também, em altura, o seu ocupante. É, ainda assim, bastante, até porque, devido à configuração do tablier, o banco dianteiro pode avançar sem estorno para os que aqui se sentam.
A capacidade da mala fica igualmente aquém do melhor, embora a circunstância de uma quinta porta lhe permitir outra versatilidade e melhor acesso. Esquadrada, bem forrada e ampliada face ao antecessor, sob o piso existem pequenos espaços. O pneu suplente é apenas temporário mas não é dos mais finos.

EM MATÉRIA de equipamento, embora tenha ensaiado a versão mais completa nesse capitulo, o Laguna é generoso desde a base. Estamos a falar de uma versão equipada com um motor 2.0, a gasóleo, prevendo-se que, durante o próximo trimestre, possa também dispor do 1.5dCi, naturalmente mais económico e talvez menos equipado.
Neste caso concreto, tratando-se de um segmento tão exigente, competitivo e importante para a imagem de qualquer construtor, é natural descobrir que, para além dos habituais itens de segurança e conforto, a diferença se faça por um conjunto de inovações tecnológicas com vista a facilitar a vida ao condutor; algumas já conhecidas como o cartão com telecomando que substitui a chave, permite trancar/destrancar a viatura, mais fino e prático de transportar no bolso da camisa, por exemplo. Bem como um botão de «start/stop» a fazer as vezes de ignição ou o travão de mão que acciona ou destrava de forma automática e que, no arranque, facilita o chamado ponto de embraiagem. O sistema de navegação e o seu sistema de comandos que se assemelha ao dos Nissan Primera... Novidade, novidade mesmo, é um indicador da necessidade de subir ou descer a relação da caixa de velocidades, algo que o construtor anuncia ser capaz de reduzir significativamente os consumos e, com isso, o nível de emissões poluentes.

SOB UMA ESTÉTICA um tanto ou quanto conservadora mas capaz de gerar consenso, o construtor francês concebeu um dos conjuntos, quanto a mim, mais intuitivos de conduzir. Ao lhe possibilitar uma forma tão compacta e visibilidade para o exterior excelente, torna-se fácil a adaptação a qualquer estilo de condução e a condutores de estaturas mais diversas. Por outro lado, pese embora uma direcção que se revela um tanto ou quanto sensível em mau piso, vibrando nessas alturas, é fácil encaminhar este Laguna para a trajectória que se pretende e fazê-la descrever em segurança. Na realidade, a traseira comporta-se também muito bem, acompanhando fielmente todo o conjunto, seja em situações de carga ou apenas com o condutor. Estável em recta e muito seguro nas manobras, em velocidade só se pressentem ligeiros ruídos aerodinâmicos, o que atesta a boa insonorização.

ESTE é o mesmo motor que há umas semanas ensaiei no Mégane GT. Embora de maiores dimensões e propensão vincadamente familiar, o Laguna demonstrou idêntica agilidade com a vantagem do natural maior conforto. Esta fantástica caixa de seis velocidades, não apenas suave e rápida, como muito precisa, demonstra um escalonamento muito adaptado ao maior peso e à vocação do modelo. Consumos médios bastante moderados, não impedem que o Laguna se mostre um carro rápido, mais uma vez, friso, porque também se trata de um conjunto muito ágil que interage facilmente com diversos estilos de condução. A Renault quis construir um carro que se batesse de igual com os mais desejados do segmento, apostou na qualidade, apostou na solidez e na consensualidade das linhas e do comportamento, distanciando-se da facilidade que é jogar simplesmente com as dimensões. Um carro que cativasse, envolvesse quem o conduz e, simultaneamente, transmitisse a ideia de estabilidade, dinamismo e classe, não demasiado conservadora. Se não o conseguiu, ficou lá perto...
— 0 —

PREÇO, desde 27 000 euros MOTOR,1995 cc, 150 cv às 4000 r.p.m., common rail, turbo de geometria variável, intercooler, 340 Nm às 2000 rpm CONSUMOS, 7,8/5,1/6,1 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 158 g/km de CO2

— 0 —


O LAGUNA
surge em Portugal com um único motor diesel 2.0. Este bloco declina-se em versões de 150 (a ensaiada) e 175 cv. Há possibilidade de caixa de velocidades automática no primeiro caso e três níveis de equipamento: Dynamic S, Luxe e Initiale. A carroçaria de 5 portas é por enquanto única, devendo seguir-se em breve a carrinha e futuramente o coupé. 2008 trará também um Laguna com o bloco 1.5 dCi

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Quarta-feira, 12.12.07

Renault Laguna 2.0 DCi


Um familiar amadurecido

SE EU TIVESSE entrado a bordo de olhos vendados e tivesse conduzido (já sem venda, claro...) antes de o ter olhado e comparado exteriormente, juraria que este novo Renault Laguna era mais pequeno do que a anterior. Tudo pela facilidade com que se conduz e se deixa manobrar, bem como pela excelente visibilidade que permite dispor. No entanto, as dimensões cresceram em todos os sentidos; melhoraram os índices de habitabilidade e evoluiu a qualidade do produto. Ainda assim, nesta nova geração, o familiar francês é dos mais compactos da sua classe.

PARTE da razão porque o considerei mais pequeno, deve-se também ao facto de ter uma posição de condução mais elevada. Junta-se a isso uma frente que permite ao condutor dominar com franco à-vontade as extremidades dianteiras do veículo. Por outro lado, o acesso aos principais comandos parece ter ficado mais fácil: não só estes resultam mais próximos, como obedecem a uma forma muito racional de distribuição. O próprio desenho do painel de bordo que, à partida, parece um pouco falho de imaginação, acaba por evidenciar uma elegância delicada que não cansa e contribui para a atmosfera envolvente do interior deste Laguna.
Já a qualidade e o rigor de construção são de nível elevado, com materiais suaves, de onde não se pressentem quaisquer ruídos incómodos e cuja solidez se revela no movimento firme e no som cavo do funcionamento da tampa do porta-luvas, por exemplo.

QUANTO à habitabilidade, o Laguna não é, na verdade, um exemplo de espaço. Outros há que o batem nesse aspecto e, embora o que existe para as pernas dos ocupantes traseiros seja mais do que a geração anterior, este assento é mais vocacionado para dois passageiros. Por culpa do túnel central e da elevação do banco, com o menor conforto da zona central do assento a condicionar também, em altura, o seu ocupante. É, ainda assim, bastante, até porque, devido à configuração do tablier, o banco dianteiro pode avançar sem estorno para os que aqui se sentam.
A capacidade da mala fica igualmente aquém do melhor, embora a circunstância de uma quinta porta lhe permitir outra versatilidade e melhor acesso. Esquadrada, bem forrada e ampliada face ao antecessor, sob o piso existem pequenos espaços. O pneu suplente é apenas temporário mas não é dos mais finos.

EM MATÉRIA de equipamento, embora tenha ensaiado a versão mais completa nesse capitulo, o Laguna é generoso desde a base. Estamos a falar de uma versão equipada com um motor 2.0, a gasóleo, prevendo-se que, durante o próximo trimestre, possa também dispor do 1.5dCi, naturalmente mais económico e talvez menos equipado.
Neste caso concreto, tratando-se de um segmento tão exigente, competitivo e importante para a imagem de qualquer construtor, é natural descobrir que, para além dos habituais itens de segurança e conforto, a diferença se faça por um conjunto de inovações tecnológicas com vista a facilitar a vida ao condutor; algumas já conhecidas como o cartão com telecomando que substitui a chave, permite trancar/destrancar a viatura, mais fino e prático de transportar no bolso da camisa, por exemplo. Bem como um botão de «start/stop» a fazer as vezes de ignição ou o travão de mão que acciona ou destrava de forma automática e que, no arranque, facilita o chamado ponto de embraiagem. O sistema de navegação e o seu sistema de comandos que se assemelha ao dos Nissan Primera... Novidade, novidade mesmo, é um indicador da necessidade de subir ou descer a relação da caixa de velocidades, algo que o construtor anuncia ser capaz de reduzir significativamente os consumos e, com isso, o nível de emissões poluentes.

SOB UMA ESTÉTICA um tanto ou quanto conservadora mas capaz de gerar consenso, o construtor francês concebeu um dos conjuntos, quanto a mim, mais intuitivos de conduzir. Ao lhe possibilitar uma forma tão compacta e visibilidade para o exterior excelente, torna-se fácil a adaptação a qualquer estilo de condução e a condutores de estaturas mais diversas. Por outro lado, pese embora uma direcção que se revela um tanto ou quanto sensível em mau piso, vibrando nessas alturas, é fácil encaminhar este Laguna para a trajectória que se pretende e fazê-la descrever em segurança. Na realidade, a traseira comporta-se também muito bem, acompanhando fielmente todo o conjunto, seja em situações de carga ou apenas com o condutor. Estável em recta e muito seguro nas manobras, em velocidade só se pressentem ligeiros ruídos aerodinâmicos, o que atesta a boa insonorização.

ESTE é o mesmo motor que há umas semanas ensaiei no Mégane GT. Embora de maiores dimensões e propensão vincadamente familiar, o Laguna demonstrou idêntica agilidade com a vantagem do natural maior conforto. Esta fantástica caixa de seis velocidades, não apenas suave e rápida, como muito precisa, demonstra um escalonamento muito adaptado ao maior peso e à vocação do modelo. Consumos médios bastante moderados, não impedem que o Laguna se mostre um carro rápido, mais uma vez, friso, porque também se trata de um conjunto muito ágil que interage facilmente com diversos estilos de condução. A Renault quis construir um carro que se batesse de igual com os mais desejados do segmento, apostou na qualidade, apostou na solidez e na consensualidade das linhas e do comportamento, distanciando-se da facilidade que é jogar simplesmente com as dimensões. Um carro que cativasse, envolvesse quem o conduz e, simultaneamente, transmitisse a ideia de estabilidade, dinamismo e classe, não demasiado conservadora. Se não o conseguiu, ficou lá perto...
— 0 —

PREÇO, desde 27 000 euros MOTOR,1995 cc, 150 cv às 4000 r.p.m., common rail, turbo de geometria variável, intercooler, 340 Nm às 2000 rpm CONSUMOS, 7,8/5,1/6,1 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 158 g/km de CO2

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O LAGUNA
surge em Portugal com um único motor diesel 2.0. Este bloco declina-se em versões de 150 (a ensaiada) e 175 cv. Há possibilidade de caixa de velocidades automática no primeiro caso e três níveis de equipamento: Dynamic S, Luxe e Initiale. A carroçaria de 5 portas é por enquanto única, devendo seguir-se em breve a carrinha e futuramente o coupé. 2008 trará também um Laguna com o bloco 1.5 dCi

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Quinta-feira, 22.11.07

Renault Mégane GT 2.0 dCi/150 cv

Desportivo económico

TENTEI ser mais original! Mas, por mais voltas que dê ao tema, não consigo encontrar um título que sintetize melhor esta versão do Mégane. Por diversas razões, habituámo-nos a que os desportivos disponham de motores a gasolina; que contenham diversas características, visuais e mecânicas, para obter determinado desempenho. Contudo, o preço da gasolina está cada vez mais caro, os limites de velocidade apertam e os motores a gasóleo oferecem cada vez melhores prestações... porque não juntar o útil ao agradável se os condimentos até já existiam, bastava juntá-los e revesti-los de uma cobertura... picante!...

ORA BEM! Como se «constrói» e o que se espera de um desportivo? Embora a marca francesa e a gama Mégane disponham de versões mais potentes (inclusive, com este motor, há o Sport a debitar 175 cv), o GT surge como um compromisso entre o confortável familiar também com 150 cv (e prestações idênticas em estrada) com as mais exigentes e limitadas (em termos de conforto, em termos de economia...) versões puramente desportivas. Ou seja, este GT parece um desportivo. Parece! Até é capaz de algumas coisas engraçadas. E distingue-se do confortável e despachado familiar, porque a suspensão mais firme e os pneus de baixo perfil lhe condicionam o amortecimento, logo, o primeiro factor...

O QUE NÃO SIGNIFICA que este «meio-termo», seja mau. Aliás, é mesmo a resposta perfeita e completa para quem deseja um Mégane que se distinga dos demais — as alterações estéticas fazem-no destoar, sem dúvida —, queira um carro despachado que proporcione prazer de condução, mas não prescinda de alguma (limitada) comodidade. Indo por partes, em que é que, esteticamente, este GT se distingue dos demais?

EXTERIORMENTE, têm a suspensão mais firme e mais baixa que lhe dá o ar de felino agachado. Molas e barras estabilizadoras mais rijas, umas jantes de 17 polegadas, elementos exteriores decorativos onde se destaca um aileron dianteiro com tomada de ar volumosa e ainda um deflector traseiro mas, sobretudo, uma dupla saída do escape, reforçam-lhe o aspecto agressivo. Bem conseguido, por sinal.
Penetremos no interior. Como não podia deixar de ser, bancos desportivos, em pele. Não seria um desportivo, se não encontrássemos um bonito e prático volante decorado a preceito e — epá, que giro! — pedais em alumínio... O mesmo tom que têm algumas aplicações no forro das portas e no tablier, enquanto os instrumentos do painel de bordo apresentam fundo cinzento.

RESULTADO prático de tudo isto? Os bancos proporcionam bom apoio e a posição de condução é muito favorável. O volante tem boa pega, os comandos boa acessibilidade e quanto à visibilidade, a regulação do banco dá uma ajuda. Mas, para trás, é preciso alguma habituação. Na traseira, a habitabilidade não é das melhores do segmento, tratando-se desta versão, perdoa-se. A capacidade da mala é igualmente mediana.

VAMOS ao que interessa. E o que interessa, claro, é o comportamento. Se afirmei que este Mégane GT não é inteiramente um desportivo, é porque de um desportivo se espera mais impulsividade, mais agressividade, mais temperamento. Sim, um desportivo deseja-se temperamental. Conhecer e dominar essa característica é que os torna apaixonantes e, por arrastamento, especiais quem lhes consegue controlar a impulsividade.
Este GT tem na electrónica o factor de domesticação. Torna-o fácil de dirigir, fácil de convencer, mas retira-lhe algum sal. Ainda que 150 cavalos sempre sejam 150 cavalos e a suspensão mais firme ajude a intensificar algumas sensações. Outros dirão que o que proporciona, é uma condução mais segura. É um facto. Manter o controlo de tracção desligado repõe parte do entusiasmo, o de estabilidade controla-lhe as reacções em curva.

OBVIAMENTE as estradas não são pistas, mas o Mégane GT é um carro que dificilmente deixa ficar mal quem o dirige. A direcção assistida, em função da velocidade, e uma caixa de seis velocidades, muito suave e bastante precisa, são factores a destacar.
Todo ele é um carro suave. Bem, quase todo; as irregularidades sentem-se ainda que, verdade seja dita, entre os «desportivos» haja compromissos entre o comportamento e (algum) conforto menos bem conseguidos.
A aceleração, próxima dos 9 segundos nos habituais 0/100 Km/h, não impressiona, mas é convincente porque o binário chega mais cedo . A caixa de seis velocidades permite ao motor desmultiplicar-se melhor e ir um pouco além das naturais limitações de regime que um propulsor a diesel tem. Limitações que obrigam a algumas precauções; uma delas é não poder entrar em curva com bruscas reduções de caixa, sob pena do carro ir parar à oficina.

É, EM SUMA, um GT muito sensitivo e, enquanto desportivo, pacificado nesta variante diesel. O Mégane contém em si uma série de pormenores engraçados: ausência de chave (na realidade ela existe, para uma situação de emergência, disfarçada no telecomando), substituído pela automática abertura das portas na presença do dito comando, e por um botão que faz as vezes de ignição. Mais insólita é a configuração do travão de mão, em forma de manchete de avião e pouco... desportiva, por ser menos prática. A convincente qualidade de construção e materiais convincentes, decisivos para a boa insonorização (sem que deixe de se sentir alguma emoção...), um design simpático e ergonómico e uma excelente posição de condução, contribuem para a ambientação do condutor. E, claro, nada desprezável, a sempre agradável economia dos consumos...

— 0 —

PREÇO, desde 31350 euros MOTOR, 1995 cc, 150 cv às 4000 r.p.m., 340 Nm às 2000 rpm, 16 válvulas, Injecção directa common rail com turbo de geometria variável PRESTAÇÕES, 210 km/h CONSUMOS, 4,7/5,5/6,9 l (extra-urbano/combinado/urbano) CO2, 146 (g/km)

— 0 —

DISPONÍVEL com carroçaria de três ou cinco portas, o GT está disponível em alguns mercados com um motor a gasolina 2.0 com 163 cv. Em Portugal, contudo, há apenas este, a gasóleo, enquanto o 2.0 T a gasolina surge no Sport já com 225 cv.
Para além de todos os acessórios de carácter desportivo, o GT está bem equipado, já que esta versão é baseada na mais luxuosa da gama. Como é habitual na marca francesa, a primazia é dada à segurança, passiva e activa.

Resultado dos testes EuroNcap (2002):
http://www.euroncap.com/tests/renault_megane_2002/146.aspx

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Quinta-feira, 22.11.07

Renault Mégane GT 2.0 dCi/150 cv

Desportivo económico

TENTEI ser mais original! Mas, por mais voltas que dê ao tema, não consigo encontrar um título que sintetize melhor esta versão do Mégane. Por diversas razões, habituámo-nos a que os desportivos disponham de motores a gasolina; que contenham diversas características, visuais e mecânicas, para obter determinado desempenho. Contudo, o preço da gasolina está cada vez mais caro, os limites de velocidade apertam e os motores a gasóleo oferecem cada vez melhores prestações... porque não juntar o útil ao agradável se os condimentos até já existiam, bastava juntá-los e revesti-los de uma cobertura... picante!...

ORA BEM! Como se «constrói» e o que se espera de um desportivo? Embora a marca francesa e a gama Mégane disponham de versões mais potentes (inclusive, com este motor, há o Sport a debitar 175 cv), o GT surge como um compromisso entre o confortável familiar também com 150 cv (e prestações idênticas em estrada) com as mais exigentes e limitadas (em termos de conforto, em termos de economia...) versões puramente desportivas. Ou seja, este GT parece um desportivo. Parece! Até é capaz de algumas coisas engraçadas. E distingue-se do confortável e despachado familiar, porque a suspensão mais firme e os pneus de baixo perfil lhe condicionam o amortecimento, logo, o primeiro factor...

O QUE NÃO SIGNIFICA que este «meio-termo», seja mau. Aliás, é mesmo a resposta perfeita e completa para quem deseja um Mégane que se distinga dos demais — as alterações estéticas fazem-no destoar, sem dúvida —, queira um carro despachado que proporcione prazer de condução, mas não prescinda de alguma (limitada) comodidade. Indo por partes, em que é que, esteticamente, este GT se distingue dos demais?

EXTERIORMENTE, têm a suspensão mais firme e mais baixa que lhe dá o ar de felino agachado. Molas e barras estabilizadoras mais rijas, umas jantes de 17 polegadas, elementos exteriores decorativos onde se destaca um aileron dianteiro com tomada de ar volumosa e ainda um deflector traseiro mas, sobretudo, uma dupla saída do escape, reforçam-lhe o aspecto agressivo. Bem conseguido, por sinal.
Penetremos no interior. Como não podia deixar de ser, bancos desportivos, em pele. Não seria um desportivo, se não encontrássemos um bonito e prático volante decorado a preceito e — epá, que giro! — pedais em alumínio... O mesmo tom que têm algumas aplicações no forro das portas e no tablier, enquanto os instrumentos do painel de bordo apresentam fundo cinzento.

RESULTADO prático de tudo isto? Os bancos proporcionam bom apoio e a posição de condução é muito favorável. O volante tem boa pega, os comandos boa acessibilidade e quanto à visibilidade, a regulação do banco dá uma ajuda. Mas, para trás, é preciso alguma habituação. Na traseira, a habitabilidade não é das melhores do segmento, tratando-se desta versão, perdoa-se. A capacidade da mala é igualmente mediana.

VAMOS ao que interessa. E o que interessa, claro, é o comportamento. Se afirmei que este Mégane GT não é inteiramente um desportivo, é porque de um desportivo se espera mais impulsividade, mais agressividade, mais temperamento. Sim, um desportivo deseja-se temperamental. Conhecer e dominar essa característica é que os torna apaixonantes e, por arrastamento, especiais quem lhes consegue controlar a impulsividade.
Este GT tem na electrónica o factor de domesticação. Torna-o fácil de dirigir, fácil de convencer, mas retira-lhe algum sal. Ainda que 150 cavalos sempre sejam 150 cavalos e a suspensão mais firme ajude a intensificar algumas sensações. Outros dirão que o que proporciona, é uma condução mais segura. É um facto. Manter o controlo de tracção desligado repõe parte do entusiasmo, o de estabilidade controla-lhe as reacções em curva.

OBVIAMENTE as estradas não são pistas, mas o Mégane GT é um carro que dificilmente deixa ficar mal quem o dirige. A direcção assistida, em função da velocidade, e uma caixa de seis velocidades, muito suave e bastante precisa, são factores a destacar.
Todo ele é um carro suave. Bem, quase todo; as irregularidades sentem-se ainda que, verdade seja dita, entre os «desportivos» haja compromissos entre o comportamento e (algum) conforto menos bem conseguidos.
A aceleração, próxima dos 9 segundos nos habituais 0/100 Km/h, não impressiona, mas é convincente porque o binário chega mais cedo . A caixa de seis velocidades permite ao motor desmultiplicar-se melhor e ir um pouco além das naturais limitações de regime que um propulsor a diesel tem. Limitações que obrigam a algumas precauções; uma delas é não poder entrar em curva com bruscas reduções de caixa, sob pena do carro ir parar à oficina.

É, EM SUMA, um GT muito sensitivo e, enquanto desportivo, pacificado nesta variante diesel. O Mégane contém em si uma série de pormenores engraçados: ausência de chave (na realidade ela existe, para uma situação de emergência, disfarçada no telecomando), substituído pela automática abertura das portas na presença do dito comando, e por um botão que faz as vezes de ignição. Mais insólita é a configuração do travão de mão, em forma de manchete de avião e pouco... desportiva, por ser menos prática. A convincente qualidade de construção e materiais convincentes, decisivos para a boa insonorização (sem que deixe de se sentir alguma emoção...), um design simpático e ergonómico e uma excelente posição de condução, contribuem para a ambientação do condutor. E, claro, nada desprezável, a sempre agradável economia dos consumos...

— 0 —

PREÇO, desde 31350 euros MOTOR, 1995 cc, 150 cv às 4000 r.p.m., 340 Nm às 2000 rpm, 16 válvulas, Injecção directa common rail com turbo de geometria variável PRESTAÇÕES, 210 km/h CONSUMOS, 4,7/5,5/6,9 l (extra-urbano/combinado/urbano) CO2, 146 (g/km)

— 0 —

DISPONÍVEL com carroçaria de três ou cinco portas, o GT está disponível em alguns mercados com um motor a gasolina 2.0 com 163 cv. Em Portugal, contudo, há apenas este, a gasóleo, enquanto o 2.0 T a gasolina surge no Sport já com 225 cv.
Para além de todos os acessórios de carácter desportivo, o GT está bem equipado, já que esta versão é baseada na mais luxuosa da gama. Como é habitual na marca francesa, a primazia é dada à segurança, passiva e activa.

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