Os grandes construtores de automóveis unem esforços e sinergias para reduzir custos e tornarem-se mais competitivos. É que a crise no sector alastra-se e cada vez são vendidos menos veículos, ao mesmo tempo que aumentam as exigências do consumidor europeu em matéria de preço. Tudo isto vem a propósito do anúncio de um “encontro de interesses” entre a Aliança Renault-Nissan e grupo Daimler (Mercedes) para a partilha e desenvolvimento de motores e transmissões mais eficientes. Alguns resultados dessa parceria já se conhecem: o futuro comercial ligeiro da Mercedes, o Citan, é baseado no Renault Kangoo, enquanto a versão mais económica do novo Classe A dispõe da conhecida motorização 1.5 dCi do construtor francês.
Existem naturalmente mais projectos no âmbito desta “coligação” franco-japonês-alemão.
Outro modelo comum é o futuro Renault Twingo/Smart Forfour ou mesmo um novo Renault/Smart Fortwo.
Em desenvolvimento está ainda um novo motor a gasolina de 4 cilindros, com injecção directa e turbo, compacto e tecnologicamente bastante evoluído, com consumos e emissões bastante reduzidos. Mas na forja existem mais mecânicas destinadas a futuros modelos dos grupos Daimler, Renault e Nissan, já a partir de 2016.
A Aliança irá beneficiar do elevado conhecimento que os alemães da Daimler detêm no âmbito das transmissões automáticas. Estas serão sobretudo utilizadas em modelos da Nissan destinados aos mercados americanos, nomeadamente na marca “premium” do construtor japonês, a Infiniti. Assim, em 2016, uma unidade produtiva localizada no México irá fabricar, sob licença, caixas de velocidade, sistemas start/stop, transmissões e diversa outra tecnologia electrónica como sistemas “fly by wire”.
Mas a colaboração estende-se ainda a outras áreas, como a pesquisa e desenvolvimento de motorizações eléctricas ou alimentadas por células de combustível que equiparão futuros pequenos veículos com emissões zero.
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Em tempo de crise juntam-se esforços e concertam-se energias. O grupo francês PSA, detentor das marcas Peugeot e Citroën, e o gigante americano General Motors anunciaram a criação de uma Aliança estratégica mundial que assenta em dois pilares principais: partilha de plataformas de veículos, componentes e módulos e a criação de uma “joint-venture” de compras à escala mundial (para produtos e serviços), com um volume de compras combinado de 125 mil milhões de dólares. Trata-se de um movimento vulgar no sector automóvel que recrudesce em tempos de crise.
A General Motors, que esteve à beira da falência no rebentar da bolha económica nos EUA e foi salva da falência pela injecção de dinheiros públicos, e o prestigiado construtor francês continuarão, contudo, a comercializar veículos de modo independente e de acordo com a sua própria política comercial.
A GM (Opel, Chevrolet, Vauxhall, Buick e Cadillac, entre outras) foi, ao que tudo indica, o grupo construtor que mais vendeu em 2011, beneficiando dos problemas da Toyota derivados do terramoto que assolou o Japão e das graves cheias na Tailândia, em 2011.
O grupo francês é o segundo maior grupo construtor inteiramente europeu e a produção acumulada para as duas marcas permite que se mantenha regularmente entre os 10 maiores fabricantes mundiais de veículos.
No âmbito deste acordo, a General Motors entra em 7% do capital e torna-se no segundo maior accionista da PSA Peugeot Citroën, atrás do grupo da família Peugeot.
Objectivos imediatos e futurosTrata-se de um acordo benéfico para ambas as partes. Para os franceses permitirá a entrada de recursos financeiros e o acesso ou o reforço da presença em mais mercados, nomeadamente os emergentes, além de uma importante economia de escala. Mas para os americanos, este acordo importa também pelo acesso ao desenvolvimento técnico que a mecânica francesa representa no segmento dos motores diesel e na tecnologia de controlo das emissões poluentes e das energias alternativas.
Por isso, a partilha de plataformas permitirá aos dois grupos desenvolver aplicações à escala mundial e implementar programas de novas concepções a custos significativamente mais reduzidos. Numa fase inicial, a PSA Peugeot Citroën e a General Motors desejam concentrar-se nos veículos particulares de passageiros, nomeadamente nos segmentos de pequeno e médio porte, nos monovolumes e nos «crossovers».
Posteriormente, os dois parceiros pretendem desenvolver, em conjunto, uma nova plataforma para veículos com baixas emissões de CO2. Os primeiros automóveis produzidos com esta plataforma conjunta começarão a ser comercializados em 2016. Nos termos do acordo, a PSA Peugeot Citroën e a General Motors deverão partilhar um certo número de plataformas, módulos e componentes numa base mundial.
Outros exemplos de uniãoEste tipo de “encontro de vontades” não representa nada de inédito e é muito semelhante aquele que, num tempo bem recente, foi firmado entre a também francesa Renault (curiosamente, em meados dos anos 80, a empresa também foi ajudada economicamente pelo governo francês) e a japonesa Nissan.
Nos tempos que correm, muito poucos são já os fabricantes automóveis que agem inteiramente sozinhos. Se é que ainda existem!
Por isso, ao longo da história do automóvel são vários os exemplos de união e partilha de esforços, quer na concepção de modelos como do seu fabrico. Ou até a aquisição de empresas, dando posteriormente lugar, ou não, ao desaparecimento das marcas. Trata-se de um movimento que geralmente ocorre em alturas de crise económica, como aquele que há cerca de uma década aconteceu na Coreia e que levou à formação do grupo Hyundai/Kia, actualmente o quarto maior em volume de produção.
A General Motors foi detentora da marca sueca Saab, comprada em 1990 e vendida a um grupo económico em 2010. Actualmente em processo de insolvência resta-lhe a esperança de poder ser adquirida por um grupo construtor chinês, a exemplo do que aconteceu com a também sueca Volvo. Aliás, empresas chinesas são detentoras de outras marcas europeias com grande historial, como é o caso da Rover.
O grupo Fiat (Fiat, Alfa Romeo, Lancia e Ferrari, entre outras) foi outra empresa que, depois de ultrapassar momentos de dificuldade, consolidou recentemente o seu crescimento económico com a aquisição da maioria das acções da construtora americana Chryler (Chrysler, Dodge, Jeep…). Curiosamente, em 1998, este centenário construtor americano (que na Europa comercializou as marcas Sunbeam, Singer, Hillman e Simca, por exemplo), deu lugar à então maior aliança da história automóvel, quando se uniu com a conceituada Daimler-Benz, fabricante dos prestigiados Mercedes. O desencadear da crise económica nos Estados Unidos precipitou o fim deste acordo em 2009.
Na Europa, contudo, o caso mais conhecido de concentração é o do gigante alemão VW. Em 2011 conquistou a segunda posição do raking dos fabricantes, possuindo, no seu cartel, um leque de marcas de respeito: VW, Audi, Seat, Skoda, Bentley, Scania, Lamborghini, Man, para referir apenas as designações ainda activas.
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