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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto


Segunda-feira, 19.10.09

Mazda 3 (1.6 MZ-CD e MZR-CD 2.2 Sport)

Valores seguros

Poucos carros nesta classe deixam uma impressão tão forte quanto este
novo 3. Sobretudo quando se tem 150 excitados cavalos a reclamarem
permanentemente por mais liberdade…

O Mazda 3 sempre foi um modelo onde pontificou o equilíbrio; das
linhas e do conceito, da habitabilidade e do comportamento. Embora o
modelo anterior já possuísse um traço bastante sedutor e
personalizado, esta nova geração e muito principalmente a nova frente,
conseguem sugerir ainda mais uma atitude dinâmica e até mesmo muito
desportiva.
Sempre foi um carro capaz de estabelecer facilmente empatia — e por
isso não admira que seja o mais produzido do construtor japonês —, bem
como de transmitir confiança aos seus proprietários. Sendo ainda um
modelo particularmente fiável, tudo isso faz dele aquilo que
poderíamos designar como um valor seguro.
Depois do contacto que tive com as duas versões, fico realmente com
pena que a carga fiscal que incide sobre a cilindrada, faça com que
poucos portugueses não venham a ter o privilégio de o conduzir com o
novo motor diesel 2.2. A diferença de preço ainda é significativa,
cerca de 6 mil euros, quando apreciado em níveis de equipamento
equivalentes.

Harmonia

Apreciado com mais pormenor, o Mazda 3 não é, realmente, nem o mais
espaçoso, nem o mais confortável dos familiares do segmento. O espaço
traseiro – e principalmente o banco – são mais indicado para dois
ocupantes devido à configuração e ao túnel central. O "CS" de 4 portas
tem o tejadilho ligeiramente mais baixo nesta zona, em contrapartida
ganha espaço de bagageira, 430 l face aos 340 do "HB" de 5 portas. No
entanto, embora disponha de dobradiças exteriores com amortecedor, a
"boca" da mala é para o estreita e o pneu suplente é de pequenas
dimensões.


No entanto, a posição de posição de condução é do mais eficiente. E
embora à primeira vista os interiores não deslumbrem quanto aos
revestimentos, um olhar mais cuidado faz perceber a qualidade quer no
toque suave na parte superior do tablier, como na robustez dos
plásticos que forram outras zonas. Reina a eficácia: os acabamentos
não levantam dúvidas, a insonorização é primor (mais ainda na versão
mais potente, cujo motor, até no exterior, é silencioso), a
funcionalidade dos comandos é uma realidade e a compleição dos bancos
procura atenuar o desempenho de uma suspensão que privilegia mais o
comportamento dinâmico do que a capacidade de amortecimento, bem ao
espírito "zoom-zoom".

Carácter

Às vezes é difícil perceber por que é que determinados carros, mesmo
que não sejam "perfeitos-perfeitos", também não nos deixam
indiferentes. O 3, que seja pela sua atitude em estrada ou pelo tal
carácter equilibrado mas nada desenxabido, é um carro que acaba por
apaixonar.
A posição de condução ajuda. Não apenas pelo carácter prático, porque
visualmente a forma e a disposição do tablier contribuem bastante para
a integração ao volante. Já com as necessárias diferenças perante
cilindradas e valores de potência tão díspares, a verdade é que tanto
o motor 1.6 (já conhecido do grupo PSA, aqui com 109 cv), como a nova
unidade 2.2 (estreada e já ensaiada no Mazda 6), têm uma atitude
peculiar: demorando ligeiramente a abrirem as "portadas" à manada, por
volta das 1800 rpm começam num crescendo constante sem darem mostras
de esgotamento. Isso é, claro, mais evidente quando existem pelo menos
150 cavalos (também há com 185…) que não perdem qualquer fulgor mesmo
quando já estão no limiar da zona vermelha…
Sem esquecer que neste caso são comandados por uma caixa de seis
velocidades e que não será pela ausência de estabilidade ou presença
de ruído de funcionamento, que nos aperceberemos de que já
ultrapassámos largamente os limites legais…

Contenção

O que não significa que não se possa andar dentro dos limites legais
em sexta velocidade, sem que o motor "morra". De facto é bastante
"elástico" e, facto sempre agradável de constatar, tanta fogosidade
não o faz mais guloso.
A marca anuncia consumos médios de 4,5 e 5,4 l para o 1.6 e 2.2
respectivamente. Valores que parecem perfeitamente atingíveis num
andamento tranquilo, porque uma política de redução de peso emagreceu
esta geração e diminuiu a resistência ao vento.
Só que… isso não é fácil para quem gosta de conduzir! O Mazda 3 é
capaz de despertar os instintos mais provocantes. Não sendo correcto
admiti-lo, por questões de civismo e segurança na estrada mas, de
facto, proporciona imenso gozo a quem sente prazer de dirigir.
Mais uma vez, essa impressão acentua-se na versão mais potente.
Transmite maior segurança e tem uma atitude muito constante, quer em
estrada aberta, quer em percursos mais sinuosos.
O modelo 1.6 é naturalmente mais familiar. A suspensão, mais macia e
outros pneus, chegam mesmo a fazer com que a traseira derive
ligeiramente se não houver carga à retaguarda.

PREÇO, desde 23000 euros MOTOR, 1560 cc, 109 cv às 4000 r.p.m., 16 V,
common rail, turbo com geometria variável, intercooler CONSUMOS,
5,8/3,8/4,5 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 119 g/km de
CO2

PREÇO, desde 33000 euros MOTOR, 2184 cc, 150 cv às 3500 rpm, 360 Nm
das 1800 às 2600 rpm, 16V, common rail, turbo com geometria variável,
intercooler CONSUMOS, 6,9/4,5/5,4 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES
POLUENTES 144 g/km de CO2

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