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Cockpit Automóvel - Conteúdos Auto


Quarta-feira, 04.12.13

TECNOLOGIA: Um dia os carros irão andar sozinhos

O construtor sueco Volvo é um dos mais empenhados na concepção e desenvolvimentos de sistemas de assistência à condução que um dia irão permitir que os automóveis circulem com um mínimo de intervenção humana. Como diz Håkan Samuelsson, presidente e CEO da Volvo Car Group, "quase ninguém pensa duas vezes antes de entrar num avião que voa com a ajuda de piloto automático. Mas estar num carro que se conduz por si mesmo enquanto o motorista lê um livro é ainda um pensamento bastante revolucionário para muitas pessoas”. No entanto, a condução autónoma pode trazer importantes benefícios para a sociedade, para o ambiente e para os consumidores. (LER +)

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Quinta-feira, 20.12.12

Volvo volta a investir fortemente no País de origem, a Suécia

A Volvo é, para os poucos que ainda não o sabem ou estão distraídos, uma marca sueca. Depois de uma passagem pelas mãos da Ford, em 2010, a construtora americana vendeu a divisão automóvel à chinesa Geely. E ainda recentemente foi a vez da Renault vender uma participação residual que ainda detinha na companhia. Mas desde logo, o grupo chinês prometeu investir na manutenção do ADN da marca, de resto, o objecto principal da sua aquisição. A Geely, que começou a fabricar carros em 1986, pretende utilizar o prestígio da marca para produzir carros de luxo na China, mantendo as operações na Europa para abastecer o mercado internacional. Prova disso mesmo, o recente anúncio de um forte investimento na concretização de projectos na Suécia. E que projectos são esses? É o que contamos já a seguir. (PROSSEGUIR PARA A LEITURA COMPLETA SOBRE O INVESTIMENTO DA VOLVO NA SUÉCIA)

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Quarta-feira, 25.01.12

ENSAIO: VOLVO C30 1.6 DRIVe/115 cv

No mundo actual, dois anos talvez seja muito tempo de vida de um automóvel sem mudar nada, ou mudando muito pouco. Contudo um conjunto de características mantém válido o mais pequeno (e acessível) coupé da marca sueca. Lançado no mercado em 2006, a Volvo renovou-o em 2010. E apesar do design expressivo que já tinha, esse refrescar da imagem alinhou-o com o estilo dos modelos mais recentes

Em relação ao ensaio publicado AQUI, além de algumas alterações mecânicas, poucas mais modificações se registaram no Volvo C30. Ainda assim, por vezes convém lembrar a existência de automóveis diferentes, com os quais é difícil passar despercebido.
Mesmo quando eles já não são novidade ou transportam na chapa uma daquelas marcas que inspiram status, classe ou competição.
Não que um Volvo seja um carro qualquer. Ou proveniente de um construtor sem história. Pelo contrário, a Volvo comemora em Abril 85 anos e o prestígio, mas, sobretudo, a aposta permanente na segurança, continuam a ser valores intrínsecos desta marca nascida no norte da Europa.

Laranja mecânica

Se uma das razões da sua menor discrição parece residir no flamejante laranja metalizado que passou a fazer parte da nova palete de cores após a renovação, fazendo realçar uma silhueta já de si fora do habitual do carro, a verdade é que essa pintura também contribui para destacar os subtis apêndices desportivos do C30.
Apesar de se tratar de um coupé – e de um carro assim espera-se sempre algum desportivismo -, as preocupações da versão mais apetecível para o mercado português são, sobretudo, com o consumo e com o controlo das emissões poluentes.
Embora também esteja disponível com motores de 2.0 l/177 cv (diesel) ou 2,5l/230 cv (gasolina), um dos trunfos actuais do Volvo C30 reside exactamente no motor diesel 1.6 de 115 cv e na sigla “DRIVe” estampada na porta traseira.
Com um preço que principia nos 28 mil euros, esta versão foi homologada com emissões de 99 gr/km de CO2 e um consumo médio anunciado de 3,8 litros. Na verdade, apesar da eficácia e da rapidez do sistema start/stop e do escalonamento da caixa de seis velocidades, o consumo médio, obtido após o ensaio, superou em 2,0 litros esse valor.
No cômputo geral, o C30 é um carro agradável de guiar, tem uma direcção leve e participativa e mostra-se ágil o suficiente para garantir uma condução urbana descontraída. Mas esta versão só não coloca de lado algum apelo desportivo que a estética parece invocar, porque a “suspensão desportiva rebaixada” da versão ensaiada (+ €440) se mostra capaz de garantir bons resultados em termos de estabilidade (controlo electrónico de série), embora penalize no campo do conforto.

Traseira nostálgica

Duas avantajadas portas facilitam o acesso aos lugares traseiros, através de bancos que não dispõem de memória e obrigam a novos ajustes após o rebatimento do encosto. Atrás, nem o espaço ao dispor dos dois ocupantes, nem o da mala, podem considerar-se generosos. A bagageira, principalmente, tem uma capacidade algo reduzida - 251 l – e a chapeleira apresenta uma forma de abertura pouco usual. Mas existe pneu suplente.
O interior é confortável como um Volvo sabe ser e a sensação de qualidade está presente de uma forma natural. O C30 partilha muitos componentes com os modelos da gama seguinte, equivalendo-se à versão mais curta do S40.
Embora não seja tão evidente como o Beetle da VW ou o Mini actual, o abrupto “corte” traseiro que redundou na forma peculiar da porta de acesso à mala é uma recriação moderna de um modelo clássico do construtor dos anos 70: o Volvo 1800ES.
A Volvo Cars, actualmente detida pelo grupo chinês Geely, procura entretanto uma nova parceria para o desenvolvimento do substituto do C30. O modelo actual resulta da anterior ligação da Volvo à Ford e, tal como o S40, é baseado na geração anterior do Focus.

Dados mais importantes
Preço (euros):28000 (DRIVe)
Motores
1560 cc, 115 cv às 3600 rpm, 270 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo com geometria variável
Prestações
193 km/h, 11,3 seg.
Consumos (médio/estrada/cidade)
3,8 / 3,5 / 4,3 litros
Emissões Poluentes (CO2)99 gr/km



Procura automóvel novo, usado ou acessórios? Quer saber mais sobre este ou sobre outro veículo?

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Terça-feira, 10.05.11

ENSAIO: Volvo V60 1.6 DRIVe 115 cv

Eis a variante carrinha da gama “60”, a mais recente aposta da marca sueca. A exemplo do que acontece com o S60 (ver AQUI), a berlina de 4 portas, a V60 destaca-se mais pelo elitismo das linhas e pela sofisticação do interior, do que por uma habitabilidade ou versatilidade mais familiares. A par de uma silhueta traseira realmente irresistível, pujante, desportiva e dominada por um imponente grupo óptico, este motor 1.6 diesel, mais económico e menos poluente na versão DRIVe permite-lhe uma redobrada competitividade no mercado nacional.

Apesar de disponibilizar mais espaço, em altura, para os passageiros do banco traseiro, estes continuam a não poder contar com grande desafogo no que toca à colocação das pernas. Também não espanta pela capacidade da mala, uns meros 430 litros. Não é a mais exígua do seu segmento e a boa esquadria fá-la parecer realmente maior. Possui revestimentos exemplares e alguns pequenos espaços sob o piso, uma vez que não contém roda sobressalente e sim, como agora é moda de pouca ou nenhuma utilidade para casos mais graves, um kit anti-furo.
Em contrapartida, a Volvo V60 aposta no conforto. Uma suspensão eficaz assume-se capaz de filtrar convenientemente as irregularidades da estrada, enquanto os bancos dianteiros envolvem e apoiam convenientemente quem neles se senta.


A aposta habitual na segurança


A par das preocupações naturais com a segurança, passiva ou activa, prática habitual deste construtor, o condutor pode sobretudo desfrutar de um grande prazer da sua condução.
Para isso muito contribui a qualidade de construção e a noção de solidez do conjunto, os revestimentos ou os bons acabamentos interiores e a funcionalidade. Que só não é mais intuitiva por culpa da multiplicidade de botões que comandam o vasto equipamento disponível. Seja ele sonoro, de navegação ou de climatização.
De resto, o habitáculo, com excepções das diferenças traseiras, é igual ao S60, sendo válidas as impressões tidas durante o seu ensaio (ver AQUI S60 D3 2.0D). O tablier mantém a configuração e a disponibilidade dos pequenos espaços, inclusive um mais recolhido, atrás da parte inferior da consola central.
É igualmente possível contar com as conhecidas ajudas à condução e à segurança, como os avisos luminosos, junto à parte interior dos retrovisores, que alertam para a presença de obstáculos no ângulo morto dos respectivos espelhos. Ainda sinais sonoros da transposição involuntária das linhas do pavimento, bem como indicadores visuais de aproximação ao veículo da frente, podendo este sistema até travar automaticamente o andamento do veículo.


Maior economia de preços


A versão DRIVe da gama “60”, que agora chega a Portugal, é naturalmente a mais modesta em termos de potência. Mas a cilindrada e o baixo nível de emissões (114g/km no S60 e 119 g/km na V60) permitem preços a partir dos 35 mil euros.
Valores que são interessantes para o mercado nacional, apesar de ultrapassarem a fasquia psicológica — e não só só… — dos 30 mil euros. É que acima desse valor aumenta também a tributação autónoma de despesas com viaturas para as empresas, o que faz estes modelos perderem alguma competitividade no que concerne às frotas empresariais.
Mas esse é o custo a pagar quando não se fazem concessões ao equipamento, como é o caso. Perante essa realidade, os preços são mesmo tentadores face aos concorrentes mais directos, principalmente os provenientes de marcas mais exclusivas e menos generalistas.



Conduzir em modo "poupança"


Agora com mais 5 cavalos e um ligeiro acréscimo de binário, o desempenho desta conhecida unidade de 1,6 l, a gasóleo, é mais do que o suficiente para um estilo de condução que não seja particularmente exigente a aproveitar as potencialidades dinâmicas oferecidas pelo conjunto. Conjunto esse que é capaz de responder bem em termos dinâmicos, como se verificou na versão de 163 cv do Volvo S60 (ver AQUI).
Contudo esta versão é assumidamente familiar, pressentindo-se nitidamente a falta de mais força quando se abordam inclinações maiores, ou quando se recupera e o ar condicionado se encontra ligado. Apesar disso, nada capaz de deixar ficar mal quem conduz um modelo que, ao cabo e ao resto, proporciona um conforto excelente e está razoavelmente bem insonorizado face a ruídos exteriores, provenientes do motor ou do próprio rolamento.
Afinal é um Volvo e a imagem também conta muito.
Para assegurar um nível reduzido de emissões e manter um consumo médio anunciado de 4,5 litros, a V60 Drive está equipada com um sistema que imobiliza o motor durante paragens como semáforos, contando também com uma caixa de seis velocidades escalonada de forma a facilitar tal propósito. No painel de instrumentos surge a informação da "mudança" que se encontra "engatada", bem como podem surgir setas para aconselhar uma superior, ou uma inferior, de modo a conseguir-se uma maior eficácia do motor em termos de consumos.
Após quase 1000 quilómetros de ensaio (a autonomia deste modelo facilmente supera os 1200 km se forem efectuados maioritariamente em estrada), o consumo médio registado foi de 6,4 litros. 
Está prevista uma versão híbrida da V60, com motor a gasóleo auxiliado por um outro eléctrico com 70 cv. No entanto, a escolha recaiu sobre a versão D5 com 215 cv, factor que encarecerá drasticamente o seu preço em Portugal, a manterem-se as actuais condições de tributação fiscal sobre a cilindrada.

Dados mais importantes
Preços desde
34900 euros (*)
Motor
1560 cc, 8V, 115 cv às 3600rpm, 270 Nm das 1750 às 2500 rpm, common rail, turbo, geometria variável, intercooler
Prestações
190 km/h, 11,3 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
4,5 / 4,1 / 5,2 litros
Emissões Poluentes (CO2)
119 gr/km
(*) Não inclui despesas de preparação e de documentação

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Quinta-feira, 28.04.11

Volvo aposta cada vez mais no luxo

O Salão Automóvel de Xangai não se fez só da apresentação de novos modelos mas também pela revelação de concept cars que assinalam tendências futuras de grandes marcas internacionais, A Volvo, marca sueca recentemente adquirida por um importante grupo automóvel chinês, desvendou na China o "Concept Universe", um espaçoso e luxuoso sedan, futuro topo-de-gama e mais do que provável sucessor do actual Volvo S80. Com praticamente 5 metros de comprimento, este será um modelo destinado a apostar forte no mercado chinês (ler AQUI mais sobre os objectivos da Volvo neste mercado).

A sua linha de tejadilho ao estilo coupé, uma frente imponente e fortemente desportiva e uma traseira contemporânea e sólida, escondem um habitáculo de luxo em que impera a modernidade rematada com acabamento de cariz mais artesanal. Com durabilidade suficientes para resistir ao teste do tempo, o interior proporciona um ambiente que se deseja confortável mas igualmente refinado, com possibilidade de possuir  acabamentos florais de gosto mais discutível.
O ambiente de condução, que se traduz numa sensação de controlo absoluto, tem comandos intuitivos e um ecrã táctil que se aproxima da mão quando o condutor o tenta alcançar, e é integralmente operado a partir de um banco inspirado em cadeiras ultra-confortáveis. Os passageiros no banco traseiro são envolvidos num misto de puro conforto, moldando-se uma secção central até ao banco traseiro e tornando-se parte integrante do espaço de acomodação.
A postura dinâmica e o esquema de cores escuro dos bancos dianteiros vai esbatendo-se de forma imperceptível até à traseira, dando lugar a um banco traseiro que na sua leveza se assemelha a um refúgio de tranquilidade. O "Concept Universe" adopta essencialmente formas, materiais e texturas clássicas, mas com um toque diferente, para criar uma experiência de luxo especial e contemporâneo.
"Ambicionamos ser a marca que melhor compreende as expectativas dos compradores de automóveis de luxo modernos.
Estamos desejosos de ouvir o que os nossos clientes chineses mais exigentes pensam deste conceito de luxo. Posteriormente, apresentaremos o design na Europa e nos Estados Unidos, integrando-o desse modo no contexto global a que aspiramos para todos os nossos modelos de automóveis", afirma Stefan Jacoby, Presidente e CEO da Volvo Car Corporation.






(texto elaborado com base no comunicado distribuído pelo departamento de comunicação da marca)

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Quinta-feira, 07.04.11

ENSAIO: Volvo S80 2.0 D3 163 CV Momentum

Um Volvo é… um Volvo! A verdade é que a afirmação soa algo redundante. Do mesmo modo pode parecer demasiado óbvio afirmar que quem adquire um carro deste segmento - e por este preço - espera (deseja) encontrar qualidade a todos os níveis. E classe. E prestígio. Ou pelo menos um automóvel capaz de os transmitir. Embora este texto tenda a começar repleto de lugares comuns e conclusões óbvias, perante a aquisição da Volvo por parte de uma construtora chinesa de automóveis, torna-se lógico perguntar até que ponto isso poderá afectar a sua imagem nos mercados ocidentais.

Apesar de 45 mil euros até nem parecerem muito para um carro deste nível e deste segmento no mercado português, mais a mais repleto de equipamento, a realidade é que, nesta categoria, jogam factores de prestígio e imagem de que muito poucas marcas conseguem orgulhar-se de ter atingindo num patamar tão exigente.
A Volvo pertence a esse grupo restrito, cimentado por muitos anos de qualidade, distinção, sobriedade e segurança. Ao longo do tempo construiu uma imagem de marca sólida, oscilando entre criações mais sóbrias e outras com um carácter jovem e mais arrojado. Mesmo depois da Volvo Cars (porque a “Volvo” também produz camiões, autocarros, equipamento marítimo e aeronáutico e desenvolve actividades nas áreas financeiras e construção, por exemplo) “perder” parte da sua autonomia e passar a fazer parte do grupo Ford, a marca sueca manteve produtos diferenciados, pese embora a inevitável partilha de componentes, principalmente mecânicos.
Até que, em 2010, o gigante americano anunciou a sua venda ao fabricante de automóveis chinês Zhejiang Geely.

Que ameaça?

Embora esta nova realidade possa levar muitos consumidores a encararem com pessimismo o futuro dos automóveis Volvo, como constatei ao longo dos dias do ensaio ao Volvo S80, a realidade é aparentemente muito mais simples e benéfica para o construtor sueco: os chineses dispõem do capital necessário para viabilizarem a sua continuidade, e ninguém com bom senso está a ver um investidor desperdiçar dinheiro a arruinar uma marca de prestígio produzindo maus produtos. Bem pelo contrário; os chineses já fabricam veículos e só não entraram em força no mercado ocidental em força – como os japoneses e coreanos já o fizeram – porque não dispõem ainda de carros que ofereçam qualidade e segurança capazes de satisfazer os exigentes padrões europeus. Para além de muitos deles também não respeitarem as actuais normas ambientais.
Assim se entende o facto de, um ano depois, a administração da Volvo e da Geely anunciarem um ambicioso plano que implica avultados investimentos e contratação de novos colaboradores, redefinindo estratégias de mercado e propondo tornar a marca sueca num fabricante de automóveis verdadeiramente luxuosos. O objectivo é não apenas conseguir uma maior penetração nos mercados europeus e americano, como também concorrer com nomes sonantes e de prestígio como a BMW ou a Mercedes nos ditos mercados emergentes, China naturalmente incluída, onde instalará uma nova actividade produtiva.

Berlina de topo

Até isso acontecer, o Volvo S80 é a berlina de luxo, o topo-de-gama da Volvo na Europa, disputando espaço e mercado com modelos como o Mercedes Classe E, por exemplo. O que, como se depreende, não é tarefa fácil.
Para começar, voltando à parte inicial deste texto, valores a partir de 45 mil euros para uma unidade diesel desembaraçada e competente, contudo económica (é preciso não esquecer que, com quase cinco metros, o S80 pesa mais de 1600 kg), com bastante equipamento e uma qualidade de construção elevada, fazem dele um modelo aliciante para fins particulares mas também executivos.
E o que tem o S80 a mais para oferecer face aos seus rivais? Comecemos pelas contrariedades.

Boa relação qualidade/preço

O Volvo S80 é, na essência, um modelo surgido em 2006. Actualizações estéticas posteriores têm permitido rejuvenescer uma linha que, apesar de distinta, acusa o peso da idade. É verdade que neste segmento a sobriedade ainda é um trunfo e nesse aspecto o S80 está mais do que actual. Aliás: impõe classe, impõe estilo e impõe, principalmente, respeito à sua passagem. Para tal conta com o tamanho e um ar meio discreto, mas também com o facto de respirar qualidade. Que verdadeiramente se “respira” porque os estofos são de couro e as aplicações podem ser em madeira, ou em alumínio, caso se pretenda um aspecto mais dinâmico. Mas também se “respira” quando se toca nos revestimentos suaves e se descobrem plásticos de boa qualidade, alcatifas volumosas e bancos que sabem envolver o corpo.
O que quase desculpa o facto de, apesar do seu tamanho, o S80 não ser um carro tão amplo quanto seria de supor. Atrás fica aquém de muitos familiares de segmento inferior e até mesmo na capacidade da mala, inferior a 500 litros. A boca da mala é estreita, mas o sistema de articulação da tampa da mala dispensa as intrusivas dobradiças em arco. Não existe pneu suplente, apenas “kit” anti-furo.

Funções executivas

Realmente, apesar de todas as potencialidades familiares, o S80 não o consegue ser na plenitude. Claro que desempenhará sem dificuldade esse papel, embora se mostre bastante mais à vontade para fins executivos, ou outras que não revelem demasiadas exigências de espaço.
A suspensão da versão ensaiada mostrou-se eficaz a absorver as irregularidades, sem que esse conforto tivesse beliscado o desempenho dinâmico da unidade. O S80 D3 descreve curvas com a segurança e a versatilidade esperadas face ao seu tamanho, adornando ligeiramente, embora sem intimidar o condutor. É que apesar dos 163 cv revelarem resposta rápida, beneficiando do bom escalonamento da caixa de seis velocidades, esta não é a unidade desportiva desta versão. A função fica reservada para o nível de equipamento “R-Design” (mais cerca de 750 euros), com chassis rebaixado.
No interior está tudo à mão do condutor e sugere funcionamento quase intuitivo. Clássico e sóbrio como convém, o tablier foi uma das partes que beneficiou do rejuvenescimento, não só com o fito de o modernizar, como de permitir a introdução de mais algum equipamento. De igual modo, o volante surge agora com um aspecto mais desportivo.

Que motor!

A questão fulcral que se coloca num modelo deste segmento, e com estas responsabilidades, é qual será a motorização a partir do qual o conjunto poderá mostrar-se competente e, simultaneamente, por via da cilindrada, capaz de manter um preço competitivo em mercados como o nosso.
É que em alguns países o motor de entrada na gama é apenas o D5 2.4 com 205 cv, que em Portugal custa quase 60 mil euros...
A denominada versão D3 utiliza uma unidade motriz presente noutros modelos da marca, nomeadamente no novíssimo S/V60 (ver AQUI). Trata-se de um motor com 5 cilindros, derivado exactamente do D5 acima referido. Esse facto garante-lhe um funcionamento menos esforçado, com binário a chegar logo às 1400 rpm. No final do ensaio o computador de bordo assinalava uns surpreendentes 5,5 litros, realizados durante uma condução completamente mista, embora propositadamente defensiva.
Qualquer das versões pode ser enriquecida pelos habituais equipamentos de segurança – avisos para a presença de obstáculos no ângulo morto dos respectivos espelhos, sinais sonoros da transposição involuntária das linhas do pavimento ou indicadores visuais da aproximação ao veículo da frente -, alguns disponibilizados de série mas outros inseridos em “packs” específicos, consoante as versões.


Dados mais importantes
Preços desde
44500 euros
Motor
1984 cc, 5 cil/20 V, 163 cv às 2900rpm, 400 Nm das 1400 às 2850 rpm, common rail, turbo, geometria variável, intercooler
Prestações
215 km/h, 9,7 seg. (0/100 km/h)
Consumos (médio/estrada/cidade)
5,3 / 4,3 / 7,1 litros
Emissões Poluentes (CO2)
139 gr/km


Este é um dos primeiros resultados da ligação chinesa à sueca Volvo. O S80L é uma versão especificamente direccionada ao mercado chinês, ligeiramente maior (+ 14 cm) do que a versão europeia, ricamente equipado e dotado de uma motorização com 6 cilindros, de 3.0l e 285 cv. O objectivo é, claro, conquistar a crescente elite deste mercado emergente, mas também servir frotas governamentais. Não dispensa todos os acessórios de segurança possível e oferece níveis de garantia e assistência até agora pouco comuns na China.


Outros modelos Volvo recentemente ensaiados

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